A advogada Jaqueline Proença Larrea, investigada pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema criminoso envolvendo a Unimed Cuiabá durante a gestão do ex-presidente Rubens Carlos de Oliveira Júnior, notificou formalmente o site MidiaNews nesta terça-feira (5), afirmando que as acusações feitas pelo Ministério Público Federal (MPF) são falsas, difamatórias e infundadas.
Ela nega qualquer prática ilícita ou infração ética.
Segundo o MPF, Jaqueline teria atuado em 47 processos como advogada do grupo HBento enquanto ainda exercia a chefia do departamento jurídico da Unimed, o que configuraria o crime de patrocínio simultâneo quando um advogado defende interesses conflitantes em causas relacionadas.
O órgão aponta, inclusive, que a advogada chegou a formular pedidos contrários à própria Unimed, em processos nos quais representava a HBento, reforçando a tese de conflito ético.
Contudo, na notificação extrajudicial encaminhada ao veículo de imprensa, Jaqueline contesta a veracidade das informações e acusa o site de veicular conteúdo “falso e gravemente difamatório”, alegando que jamais houve conflito de interesses. “O crime de patrocínio simultâneo pressupõe a defesa de partes com interesses conflitantes na mesma causa, o que jamais ocorreu”, declarou.
Ela ainda afirma que o próprio contrato firmado com a Unimed não sustentaria a alegação de domínio sobre as teses jurídicas da cooperativa, como sustentado pelo MPF. “As acusações imputam conduta criminosa e antiética, passível de sanção judicial e administrativa”, diz trecho da notificação assinada pela advogada.
O documento enviado ao MidiaNews exige a remoção imediata da reportagem do ar e solicita a publicação de nota de retratação que esclareça a falsidade das informações atribuídas a Jaqueline.
A advogada foi presa em outubro de 2024, durante a deflagração da Operação Bilanz, que também alcançou o ex-presidente Rubens Júnior e outras quatro pessoas ligadas à antiga diretoria da cooperativa.
Todos são acusados de integrar uma organização criminosa responsável por falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro.
A investigação teve início após uma denúncia feita pela nova diretoria da Unimed Cuiabá, que identificou, por meio de auditoria independente, inconsistências no balanço contábil de 2022.
O relatório apontava saldo positivo de R$ 370 mil, mas, na realidade, havia um rombo superior a R$ 400 milhões.
A defesa de Jaqueline sustenta que ela não cometeu qualquer infração penal ou ética, classificando as imputações do MPF como “categoricamente falsas e desprovidas de fundamento técnico”.