Pais de alunos do 5ª ano da Escola Municipal Jardim das Flores, em Alta Floresta, no Mato Grosso, denunciaram a exposição de crianças de 10 anos a conteúdo sexual considerado impróprio durante uma aula. O caso veio à tona após um pai encontrar, no caderno da filha, uma questão de matemática que abordava o uso de preservativos em relações sexuais. O episódio gerou indignação entre as famílias e foi formalmente denunciado ao Ministério Público.
Divulgado em suas redes sociais, o pai Rodolfo Pedon, relatou sobre uma atividade no caderno de sua filha que abordava o uso de preservativos durante relações sexuais e foi aplicada a alunos do ensino fundamental. A questão dizia o seguinte: “Se uma pessoa usa preservativos em 80% das relações sexuais e tem 10 relações sexuais por mês, quantas vezes ela usou preservativo?”
“Minha filha tem 10 anos. Ela é uma criança, está na 5ª série. Fiquei atônito ao ver uma questão dessas no caderno dela”, declarou o pai. “Estudei esse tipo de assunto quando tinha 13 ou 14 anos. Fazer isso com uma criança é antecipar um conteúdo que não faz sentido para a realidade dela”, completou.
Em entrevista ao Folha do Estado, Rodolfo informou que a questão polêmica apresentada no caderno da filha fazia parte de um gráfico, que embora tenha sido incluído dentro da disciplina de matemática, o conteúdo, segundo ele, estava vinculado a uma aula de sexologia aplicada às crianças.
Rodolfo relatou que o diretor da escola esteve presente na sala durante a aula e apoiou o conteúdo apresentado pelo professor, afirmando que o tema fazia parte da grade curricular e deveria ser ensinado aos alunos.
"Teve uma aula de sexualidade explícita dada a crianças de 10 anos, é pior do que a gente imaginava, as crianças ficaram constrangidas, chamaram o diretor. O diretor foi na sala de aula e aprovou o conteúdo que o professor estava dando, disse que fazia parte da grade curricular e que eles teriam que aprender isso. A minha filha chegou em casa espantada, visivelmente desconfortável com o que ouviu. Estamos apurando tudo, mas é um absurdo. É inaceitável que crianças tão novas sejam expostas a esse tipo de conteúdo”, declarou Rodolfo, indignado.
Rodolfo evitou citar o nome do professor responsável pela atividade, alegando precaução jurídica. “Infelizmente, vivemos num país em que o certo virou errado e o errado virou certo. Tenho que me resguardar, porque hoje em dia a gente pode acabar sendo responsabilizado até por denunciar”, concluiu.
A família afirma que o episódio ultrapassa os limites do bom senso e da responsabilidade pedagógica. “Queremos que todos os envolvidos — diretor, coordenação e professor , sejam devidamente responsabilizados. Já formalizamos denúncia ao Ministério Público e protocolamos representação na Secretaria de Educação. Não vamos parar até que providências sejam tomadas e situações como essa não voltem a ocorrer em nosso município”, completou.
Câmara Municipal se posiciona sobre o caso
Em meio à repercussão do caso envolvendo a aplicação de conteúdo considerado impróprio em uma avaliação aplicada a alunos do 5º ano, a Câmara Municipal de Alta Floresta se manifestou oficialmente durante a sessão ordinária desta segunda-feira (4). Os vereadores Darlan Trindade Carvalho (PRD) e Luciano Silva (PL) cobraram providências imediatas da Secretaria Municipal de Educação e reforçaram que o conteúdo abordado na prova fere as diretrizes pedagógicas e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Já é a segunda reclamação que recebo envolvendo essa escola. Uma das perguntas da prova dizia: ‘Se uma pessoa tem 10 relações sexuais por mês e usa preservativo em 80% das vezes, quantas vezes ela usou?’”, relatou Darlan. “Esse tipo de conteúdo, além de não ser apropriado para crianças, fere as diretrizes curriculares e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Enviamos um ofício à Secretaria Municipal de Educação e aguardamos providências urgentes”, completou o vereador.
Resposta da Secretaria Municipal de Educação
Em resposta à repercussão do caso, a Prefeitura Municipal de Alta Floresta, por meio da Secretaria Municipal de Educação, emitiu uma nota de esclarecimento sobre o episódio ocorrido na Escola Municipal Jardim das Flores. A gestão reconheceu a apresentação de um conteúdo inadequado por parte de um professor durante aula em sala, mas ressaltou que se trata de um caso isolado, que não representa a conduta geral da Rede Pública Municipal de Ensino, tampouco o compromisso da atual administração com uma educação pautada na ética, na responsabilidade e nos valores da comunidade.
A Prefeitura informou ainda que será instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar com rigor a conduta do profissional envolvido, conforme determina a legislação vigente.
Leia a nota oficial completa a seguir:
A Prefeitura Municipal de Alta Floresta, por meio da Secretaria Municipal de Educação, vem a público esclarecer que o episódio ocorrido na Escola Municipal Jardim das Flores, referente a apresentação de um conteúdo inadequado pelo professor em sala de aula, trata-se de um caso isolado, que não reflete a conduta da Rede Pública Municipal de Ensino nem o compromisso da atual gestão com uma educação ética, responsável e alinhada aos valores da comunidade.
O profissional envolvido reconheceu a inadequação de sua conduta, e a equipe gestora da unidade escolar, juntamente com a Secretaria de Educação, tem tratado a situação com a seriedade que o caso requer.
Destacamos que o conteúdo apresentado não integra o material didático oficial utilizado pelo município, tampouco há qualquer orientação pedagógica institucional que respalde esse tipo de abordagem em sala de aula.
Diante dos fatos, a Secretaria de Educação já acionou a Assessoria Pedagógica, que atuará na orientação de toda a rede municipal, reforçando os princípios que devem nortear a prática docente e prevenindo situações semelhantes.
Além disso, será instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apuração rigorosa da conduta do profissional, conforme previsto na legislação vigente.
A Prefeitura reafirma seu compromisso com uma educação pública de qualidade, baseada no respeito, na responsabilidade e na construção de um ambiente escolar seguro e alinhado às diretrizes pedagógicas e aos valores da nossa comunidade.
Acompanhe o vídeo com a denúncia do pai:
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Lourdes de Monteiro 05/08/2025
Não vi nada demais, tem que ensinar as crianças sim, conteúdo orientador para entender do que se trata, e até saber que um adulto não pode pegar nas partes íntimas de uma criança. Afinal o que mais tem é pedófilos por ai, as vezes dentro da própria casa, nos mesmos ambientes, ainda mais esses que se dizem \"cidadões de bem\", de \"bons costumes\". Quem sabe se quando eu era criança alguém tivesse me ensinado, poderia evitar abusos que já sofri.
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