O julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de estuprar e assassinar, mãe e suas três filhas em Sorriso (a 396 km de Cuiabá), será realizado na quinta-feira (7), a partir das 8h, no plenário da 1ª Vara Criminal da cidade. O júri será presencial para o público, mas o réu participará por videoconferência, direto da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

 

Devido à gravidade do crime e à grande comoção pública, o juiz Rafael Depra Panichella, responsável pelo caso, determinou uma série de restrições no acesso e na cobertura do julgamento. O plenário terá capacidade limitada a 120 pessoas, sendo 20 vagas reservadas exclusivamente à imprensa com regras específicas.

 

Restrições à imprensa e ao público

 

O magistrado proibiu a transmissão ao vivo do julgamento e vetou o uso de quaisquer aparelhos eletrônicos dentro do plenário, incluindo celulares, câmeras, gravadores, notebooks e tablets.

 

Apenas a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está autorizada a registrar imagens e áudios, que serão posteriormente disponibilizados, de forma controlada, aos veículos de comunicação.

 

Cada veículo de imprensa poderá credenciar apenas um profissional, que deverá cumprir regras rígidas, como não gravar vídeos nem áudios e não realizar cobertura jornalística de dentro do plenário. Todas as atualizações e entradas ao vivo deverão ocorrer fora da sala do júri.

 

A entrada de familiares das vítimas será permitida, desde que haja comprovação de grau de parentesco e proximidade. Autoridades públicas também poderão acompanhar, caso haja espaço, mas manifestações dentro do tribunal serão proibidas para evitar qualquer forma de politização do julgamento.

 

O crime

Gilberto Rodrigues dos Anjos é acusado de um dos crimes mais brutais da história recente do estado. Em novembro de 2023, ele invadiu uma residência no bairro onde trabalhava como pedreiro e assassinou Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliani (19), Manuela (13) e Melissa (10).

 

Segundo o inquérito policial, ele entrou na casa pela janela do banheiro. Cleci foi a primeira a ser atacada: Gilberto a derrubou no chão e a esfaqueou no pescoço. Depois, foi até o quarto das duas filhas mais velhas e as matou com cortes semelhantes. Por fim, matou a filha mais nova por asfixia.

 

Durante o ataque, ele estuprou três das quatro vítimas, incluindo duas menores de idade.

 

Gilberto responde por homicídio qualificado, estupro e estupro de vulnerável, com múltiplas qualificadoras, como feminicídio, crueldade, meio que dificultou a defesa das vítimas, meio para assegurar outro crime, e o fato de duas das vítimas serem menores de 14 anos.

 

Justiça e segurança

 

As medidas adotadas para o julgamento visam garantir a segurança dos envolvidos, preservar a dignidade das vítimas e equilibrar o direito à publicidade do processo com a proteção da imagem e memória das vítimas.

O caso segue gerando grande comoção social, e o julgamento é considerado um dos mais aguardados do ano no estado de Mato Grosso.