O senador Wellington Fagundes (PL-MT) protagonizou um dos atos mais contundentes da oposição nesta terça-feira (5) ao ocupar a Mesa Diretora do Senado Federal, em protesto contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar por ordem do magistrado.
A ação, organizada por parlamentares contrários às medidas do STF, teve como foco pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a pautar os pedidos de impeachment contra ministros da Corte.
O movimento também visa abrir canal de diálogo com a oposição, que acusa o Judiciário de extrapolar suas competências.
“A nossa obstrução é para fazer com que o presidente do Senado dialogue com a oposição. Queremos um país da liberdade, da democracia plena, de respeito às minorias. A defesa das oposições é fundamental para o bom funcionamento do Congresso numa democracia plena”, declarou Fagundes, ao justificar sua participação na manifestação.
A ocupação da Mesa ocorre em meio ao aumento da tensão institucional, impulsionada pela recente decisão de Moraes que impôs severas restrições a Bolsonaro, incluindo a proibição de contato com outros investigados, entre eles familiares.
A medida é classificada por aliados do ex-presidente como arbitrária e politicamente motivada.
Além da obstrução de votações em plenário, a estratégia da oposição inclui retirada de quórum, apresentação de requerimentos e manobras regimentais para paralisar o andamento dos trabalhos legislativos.
Os parlamentares também anunciaram a continuidade dos protestos dentro e fora do Congresso, afirmando que há abuso de autoridade e desequilíbrio entre os Poderes.
Wellington Fagundes tem sido uma das vozes mais ativas em defesa do impeachment de ministros do STF e contra o que considera interferências indevidas no processo político. Nas redes sociais, o senador compartilhou imagens do protesto e reforçou seu compromisso com o que chamou de “democracia plena e liberdade de expressão”.
A pressão da base bolsonarista no Senado tem ganhado força nas últimas semanas, com discursos cada vez mais incisivos contra o Supremo. Resta saber se Pacheco, até então resistente à ideia de confrontar a Corte, irá ceder à crescente mobilização da oposição.
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