O caseiro Alex Roberto de Queiroz Silva, acusado de assassinar o advogado Renato Nery, de 72 anos, foi transferido da ala de segurança máxima da Penitenciária Central do Estado (PCE) para um setor reservado a presos evangélicos.
A mudança ocorre após a defesa relatar que o réu vinha sendo ameaçado no Raio 08, onde estão detidas lideranças de uma facção criminosa.
A decisão, proferida pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá, considerou encerrada a fase de inquérito e o recebimento da denúncia pelo Ministério Público, o que, segundo o magistrado, elimina a necessidade de manter Alex em regime de isolamento.
O juiz destacou que medidas restritivas como essa só devem perdurar quando essenciais para a segurança do investigado ou para o bom andamento das apurações.
Preso desde março na chácara onde trabalhava, em Várzea Grande, Alex confessou ser o autor dos disparos que tiraram a vida do advogado, crime ocorrido em julho de 2024, em plena luz do dia, quando Renato Nery chegava ao seu escritório, na Avenida Fernando Corrêa da Costa.
A defesa do caseiro defende que a nova ala oferece maior proteção e contribui para o processo de ressocialização.
Além de Alex, o ex-policial militar Heron Teixeira Pena Vieira foi apontado como um dos articuladores do homicídio. Quatro outros agentes da Polícia Militar também foram denunciados por envolvimento direto no caso.
De acordo com o Ministério Público, os acusados teriam forjado um confronto para justificar a presença da arma usada no crime, numa tentativa de mascarar a autoria do assassinato.
O processo, que segue em tramitação nas Justiças comum e militar, trouxe à tona suspeitas de corrupção e acobertamento dentro das forças de segurança de Mato Grosso, e causou forte comoção pública diante da brutalidade do crime e do envolvimento de agentes estatais.
