A desembargadora Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou o pedido da defesa do policial militar Ricker Maximiano de Moraes para que seu julgamento fosse transferido para outra comarca.
O júri popular, marcado para o dia 8 de julho, ocorrerá em Cuiabá, onde o crime de tentativa de homicídio aconteceu.
Ricker será julgado pela acusação de atirar contra um adolescente de 17 anos em junho de 2018.
De acordo com o Ministério Público, o PM teria disparado contra o jovem após uma discussão banal na Rua General Carneiro.
O tiro atingiu a vítima nas nádegas, causando sequelas permanentes que exigiram cirurgia e o uso de sonda urinária.
A defesa alegou que a intensa repercussão nas redes sociais, agravada pela recente prisão de Ricker por feminicídio, teria gerado um ambiente hostil, tornando impossível um julgamento imparcial em Cuiabá.
Entretanto, a magistrada considerou que a capital mato-grossense, com mais de 650 mil habitantes, possui estrutura social e experiência jurídica suficientes para lidar com casos de grande impacto.
Segundo a decisão, não foram apresentadas provas concretas de que a opinião pública local comprometeria a isenção dos jurados.
Juanita Duarte enfatizou que o desaforamento mecanismo jurídico que permite a mudança do local de julgamento só deve ser aplicado em situações excepcionais, o que não se aplica ao caso.
O julgamento ocorre paralelamente à investigação do assassinato da esposa do policial, Gabrieli Daniel de Souza, ocorrido em 25 de maio deste ano.
A mulher foi morta com três disparos de arma de fogo dentro da própria casa, na frente dos dois filhos pequenos do casal.
Após o crime, Ricker fugiu com as crianças, entregou-se horas depois à polícia e permanece preso.