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JUDICIÁRIO Quinta-feira, 26 de Junho de 2025, 15:00 - A | A

Quinta-feira, 26 de Junho de 2025, 15h:00 - A | A

QUER RESPOSTA

Morte de indígenas xavantes expõe colapso sanitário e leva MPF e Defensoria a cobrar resposta urgente do governo Lula

O ofício denuncia não só a omissão do Estado, mas uma série de falhas estruturais no atendimento à população indígena

ALISSON OLIVEIRA

 

Uma grave crise de saúde pública na Terra Indígena Marãiwatsedé, em Mato Grosso, levou a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público Federal (MPF) a acionarem formalmente o governo federal.

 

No documento enviado ao Ministério da Saúde, os órgãos exigem medidas imediatas para conter o que classificam como um colapso sanitário, após a morte de 11 indígenas xavantes  entre eles, quatro crianças  em um período de apenas cinco meses.

 

O ofício denuncia não só a omissão do Estado, mas uma série de falhas estruturais no atendimento à população indígena.

 

De acordo com os procuradores, os óbitos poderiam ter sido evitados, já que foram motivados por causas tratáveis como desnutrição, anemia e até uma apendicite não socorrida a tempo.

 

A escassez de medicamentos, a falta de transporte para atendimento de urgência e a precariedade das unidades básicas de saúde compõem um cenário de abandono.

 

Além disso, os dados apresentados revelam que 50 crianças xavantes, com idades entre seis meses e quatro anos, estão em estado de risco nutricional. Na Terra Marãiwatsedé, onde vivem 1.160 indígenas segundo o Censo de 2022, menos da metade da população tem acesso a água potável. Não há sistema de esgoto nem coleta regular de lixo.

 

O documento assinado por DPU e MPF detalha irregularidades no funcionamento do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Xavante, como a ausência de enfermeiros, profissionais sem qualificação adequada, instalações precárias e equipamentos inutilizados ou vencidos.

 

A falta de gestão técnica e de planejamento integrado foi apontada como raiz do problema, agravado por infraestrutura insuficiente e pela fragilidade da articulação entre órgãos públicos.

 

Diante da gravidade da situação, a recomendação é que seja criada uma força-tarefa multidisciplinar para atuar no território por ao menos 90 dias.

 

Os órgãos também propõem a formação de um comitê de crise, com encontros quinzenais e a presença de representantes da Secretaria de Saúde Indígena, Funai, lideranças locais e outras instâncias governamentais, a fim de construir respostas efetivas e duradouras.

 

 

 

 

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