Mais de 2 milhões de aposentados e pensionistas já solicitaram reembolso ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por descontos que afirmam não ter autorizado em seus benefícios. As queixas envolvem cobranças feitas por associações, muitas delas sem vínculo comprovado com os segurados.
Desde o início da apuração, 41 entidades foram notificadas e agora têm até 15 dias úteis para apresentar documentos que comprovem a filiação, a autorização para os descontos e a identidade dos aposentados. Caso não consigam provar a legalidade, deverão devolver os valores cobrados.
Dos 9,4 milhões de beneficiários notificados sobre cobranças associativas em seus extratos, apenas 46 mil confirmaram ter autorizado os descontos — o equivalente a 2,25% do total. A verificação pode ser feita pelo site ou aplicativo Meu INSS, além da central 135.
A gravidade da situação já provocou consequências diretas: seis servidores foram afastados, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi demitido e o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), deixou o cargo após reunião com o presidente Lula.
A fraude foi revelada pelo jornalista Luiz Vassallo, em série de reportagens que desencadearam investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Federal. O esquema teve início ainda em 2019, no governo Bolsonaro, mas se intensificou nos anos seguintes, atingindo cerca de 6 milhões de pessoas mensalmente, com um impacto de R$ 6,3 bilhões.
Os descontos teriam sido suspensos apenas em abril de 2025.
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