Em meio à visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao município de Campo Verde, na manhã deste sábado (24), a cobertura jornalística acabou marcada por uma ação controversa: profissionais da imprensa foram isolados em um cercado, impedidos de se aproximar dos políticos presentes e de realizar a cobertura adequada do evento.
O episódio causou desconforto entre os repórteres convidados, que esperavam ter livre acesso à cerimónia de lançamento do Programa Solo Vivo, realizada no Assentamento Santo Antônio da Fartura.
Segundo relatos dos próprios jornalistas, o argumento utilizado pela organização do evento para justificar a medida foi o da segurança presidencial.
No entanto, a lógica cai por terra quando se observa a movimentação no local: ônibus e veículos vindos de diversas cidades abarrotavam as ruas, carregando centenas de apoiadores que circularam livremente por toda a área do evento ao contrário da imprensa, que viu-se confinada e impedida de interagir com as autoridades.
Diante da limitação imposta, muitos profissionais tentaram contornar o bloqueio para garantir a cobertura mínima.
Apesar disso, com a chegada de Lula, os repórteres foram novamente contidos dentro do cercado, sem possibilidade de registrar declarações ou fazer perguntas diretamente aos participantes da cerimónia.
O episódio levantou críticas quanto à transparência e ao respeito à liberdade de imprensa, sobretudo num momento em que a relação entre governo e mídia tem sido posta à prova em várias ocasiões.
A restrição ao trabalho jornalístico em eventos públicos reforça uma atmosfera de cerceamento que preocupa entidades e profissionais da área.
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Nelson Alberto Pulice 24/05/2025
Há quem nunca enxergou que estamos em um cercadinho, há tempos!
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