Flávio Pacheco da Silva, de 52 anos, detido na tarde desta quinta-feira (22/5) após ameaçar explodir um artefato no Ministério do Desenvolvimento Social, em Brasília, fez uma revelação preocupante durante o interrogatório: segundo ele, uma pessoa teria lhe entregue, no ano passado, uma bomba artesanal e ordenado que a utilizasse para atacar o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF).
O suspeito relatou que o artefato era composto por tubos de PVC, papelão e pólvora. No entanto, disse não lembrar o nome do indivíduo que lhe entregou o explosivo. "Isso foi antes daquele rapaz ir lá no Supremo", afirmou, em referência a Francisco Wanderley Luiz, homem que se explodiu na Praça dos Três Poderes, em novembro de 2024.
Ainda em depoimento, Flávio alegou ser alvo de perseguição política desde 2022 e afirmou que chegou a ser torturado após tentar deixar o país. Sobre o artefato levado ao ministério, garantiu que não havia capacidade de ignição e que não pretendia causar danos. "Eu não teria coragem de explodir aquilo", disse.
Entenda o caso
Na tarde de quinta-feira, Flávio entrou no prédio do ministério acompanhado da esposa e de duas crianças, e ameaçou detonar uma bomba. A operação, batizada de “Petardo”, foi acionada, e a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do DF isolaram o local.
A identidade do suspeito foi confirmada por meio de tecnologia de reconhecimento facial. Segundo testemunhas, a situação teve início após Flávio reclamar da falta de atendimento para seu irmão, que sofre de esquizofrenia, e ser informado de que o órgão não era responsável por esse tipo de assistência.
Após uma negociação que durou cerca de 1h40, o homem foi detido e encaminhado à Delegacia de Prevenção e Combate ao Extremismo Violento (DPCEV). Em audiência de custódia nesta sexta-feira (23/5), a Justiça manteve sua prisão.
Inf. Metrópoles