A rede chinesa Mixue, uma das maiores do mundo no setor de fast-food, está de olho no mercado brasileiro e promete agitar o setor. Com mais de 45 mil unidades em operação globalmente, a marca anunciou um investimento de R$ 3,2 bilhões para iniciar suas atividades no Brasil.
A previsão é de que, até 2030, a operação brasileira gere até 25 mil empregos. O anúncio foi feito durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, fortalecendo as relações comerciais entre os dois países e sinalizando um plano ambicioso de expansão da marca no país.
Fundada em 1997 como uma simples barraca de raspadinhas, a Mixue se transformou em um gigante do setor, hoje avaliado em US$ 10 bilhões. Em março, sua entrada na Bolsa de Valores de Hong Kong foi um sucesso: as ações subiram mais de 40% no primeiro dia, movimentando cerca de US$ 444 milhões.
Atualmente, a Mixue já supera redes tradicionais como McDonald’s, Starbucks e Subway em número de unidades. Seu modelo de negócio aposta em simplicidade, preços acessíveis e um cardápio enxuto, focado em sorvetes, chás gelados e raspadinhas — combinação que permite uma operação mais eficiente e de alto apelo, especialmente entre o público jovem.
A expansão acelerada é viabilizada pelo modelo de franquias, estratégia que reduz custos e facilita a entrada em novos mercados. A rede também investe pesado em logística e verticalização da produção, com centros próprios de fabricação de insumos, o que ajuda a manter os preços baixos.
No entanto, o crescimento da Mixue não passou imune a polêmicas. Na China, a empresa enfrentou denúncias relacionadas a más condições de trabalho e à falta de controle sobre a qualidade e validade dos produtos. As críticas chamaram atenção especialmente em um contexto regulatório mais permissivo que o brasileiro.
Com a chegada ao Brasil, cresce a expectativa de que a marca se adapte às exigências locais, sobretudo nos quesitos de segurança alimentar e direitos trabalhistas. A expansão, ao mesmo tempo que representa uma nova concorrência no setor, também levanta o alerta para a importância da fiscalização rigorosa.
A entrada da Mixue no Brasil promete abrir milhares de vagas de emprego e aquecer o mercado de alimentação rápida, mas também exige atenção às práticas da rede e sua capacidade de adaptação ao cenário nacional.