A madrugada de 13 de junho de 2025 marcou o início de uma série de operações de precisão que atingiram estruturas militares e nucleares em Teerã e outras regiões estratégicas do Irã. As ações se intensificaram nos dias seguintes, com novos desdobramentos registrados em 14 e 16 de junho, em meio à crescente tensão regional e ao colapso das vias diplomáticas.
Uma sequência de explosões a mais intensa por volta das 5h da manhã, horário local rasgou o céu da capital iraniana, ecoando entre bairros residenciais e zonas industriais. Os relatos, ainda fragmentados, indicam um novo ataque aéreo altamente preciso. O alvo: uma área sensível ao sul do Aeroporto Internacional de Mehrabad, que abriga uma combinação explosiva de interesses civis e militares.
Farmacêuticas, fábricas e centros de comando se misturam nesse setor da cidade. E foi ali, segundo alertas anteriores de autoridades israelenses, que o próximo golpe poderia acontecer. A promessa foi cumprida.
Dizer a verdade, nesse caso, seria admitir a vulnerabilidade de um regime que se apresenta como invencível.
Israel, por outro lado, fala com ações. Desde sexta-feira, sua campanha aérea se intensificou, atingindo alvos dentro e fora do território iraniano. Não se trata mais de confrontos indiretos via Hezbollah ou Hamas. Trata-se de ataques diretos, calculados e cirúrgicos, que atravessam o escudo aéreo de uma das potências mais militarizadas do Oriente Médio como se fosse papel.
É impossível não reconhecer o grau de sofisticação de MOSSAD. Entrar no espaço aéreo iraniano, evitar sistemas de defesa, identificar alvos estratégicos em centros urbanos densos e atingir com precisão… tudo isso aponta para um domínio tecnológico e tático que o Irã, até aqui, não conseguiu neutralizar e nem vai.
Esses ataques representam mais do que uma resposta militar são um desafio à legitimidade do regime dos aiatolás, uma humilhação silenciosa diante do próprio povo. Para um governo que se sustenta na retórica da força e da invulnerabilidade, esse tipo de exposição pública é mortal para eles.
E o Ocidente? Em Silêncio.
Enquanto drones e caças circulam impunes sobre o coração do Irã, a comunidade internacional mantém o olhar distante, como quem observa uma disputa entre titãs, mas prefere não interferir. O mesmo mundo que condena Israel ao menor movimento defensivo em Gaza, assiste impassível à maior demonstração de inteligência militar do século XXI.
A questão agora não é se Israel vai parar. A questão é: até onde o Irã está disposto a ir?
E mais: quanto tempo a população iraniana vai conseguir tolerar isso?
O povo iraniano não é o inimigo é refém.
A verdadeira ameaça ao Oriente Médio não são os civis do Irã, mas a tirania teocrática que os governa. O regime islâmico radical, que há décadas sequestra a liberdade, silencia dissidentes e investe em guerra em vez de pão, precisa cair não apenas por segurança regional, mas por justiça ao próprio povo iraniano. Libertar o Irã da opressão dos aiatolás não é um ato de guerra: é um dever moral.
O Irã é um país sequestrado. Por trás da cortina de ferro islâmica, vive um povo historicamente culto, orgulhoso de suas raízes persas, com sede de liberdade e sufocado por décadas de repressão. Desde a Revolução de 1979, o Irã deixou de ser uma nação em busca de progresso e se tornou uma prisão teocrática governada por aiatolás paranoicos, milícias armadas e uma elite fanática que transforma a religião em arma, o ódio em política de Estado e a mentira em pilar de poder.Nas ruas de Teerã, não faltam corações corajosos o que falta é liberdade para gritar. Manifestantes são assassinados. Mulheres são espancadas por tirarem o véu. Gays são enforcados em praças públicas. Jornalistas desaparecem. Tudo isso em nome de um regime que prefere financiar terroristas no Líbano, em Gaza e no Iêmen do que investir em hospitais, infraestrutura ou dignidade para sua própria população.
Os aiatolás não representam o Irã. Representam o atraso.
Enquanto constroem centrífugas nucleares em Natanz, seus cidadãos mal conseguem comprar remédios. Enquanto financiam foguetes para o Hezbollah, crianças morrem em hospitais sem energia. Essa não é uma política externa. É um suicídio moral. E é por isso que o regime precisa cair. Não por imposição estrangeira, mas por vontade de um povo que já demonstrou nas manifestações de 2009, 2017, 2019 e 2022 que quer viver, e não apenas sobreviver.
O Irã precisa ser liberto por dentro.
O papel de Israel, das democracias e do Ocidente não é ocupar, mas apoiar aqueles que resistem de dentro. O Mossad não age contra o povo iraniano age contra os tiranos que o escravizam. E cada centímetro de liberdade conquistado no Irã será um metro de paz conquistado no Oriente Médio.
Mila Schneider Lavelle é jornalista com formação também em teologia e especialista em Marketing, tendo atuado como Head Manager de grandes projetos internacionais e nacionais. Reconhecida por sua análise crítica e estilo incisivo, é também influenciadora digital, com ênfase em geopolítica e temas internacionais, sobretudo ligados ao Oriente Médio.