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Coluna Mila Schneider Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 16:48 - A | A

Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 16h:48 - A | A

Internet cortada, câmeras apagadas. O Irã fora do ar

APAGÃO DO MEDO: Irã entra em blackout digital total após ataques atribuídos ao Mossad

Câmeras cortadas. Internet desligada. Televisão bombardeada. O regime dos aiatolás mergulha na escuridão digital e levanta uma pergunta urgente: Israel declarou guerra cibernética ao Irã?

Por Mila Schneider Lavelle

Um novo episódio da guerra silenciosa entre Israel e Irã pode ter acabado de acontecer  sem tiros, sem explosões públicas, mas com um corte brutal: o colapso completo das comunicações digitais em todo o território iraniano.

Na noite de terça-feira, 17 de junho, o Irã mergulhou em um apagão digital. Segundo a organização internacional NetBlocks, operadoras celulares e redes fixas passaram a reduzir drasticamente o tráfego de dados, num movimento que apontava para uma operação coordenada de censura e contenção.

 

Blackout total

 

Na quarta-feira, 18 de junho, o colapso se intensificou a níveis críticos. O tráfego de internet despencou para cerca de 3% do volume normal. O país foi, na prática, desconectado.

 

Câmeras de vigilância saíram do ar simultaneamente. Sites governamentais ficaram inacessíveis. E a população, isolada digitalmente, mergulhou em um silêncio imposto pelo próprio regime.

Capturas de tela divulgadas por plataformas de monitoramento e jornalistas internacionais exibiam a mesma mensagem:

“Iran’s internet is DOWN. The cams will resume when connection returns.”

“A internet do Irã está FORA DO AR. As câmeras voltarão quando a conexão for restabelecida.”

 

O elo com o Mossad: coincidência ou operação?

 

O episódio ocorre menos de 24 horas após rumores de que o Mossad, serviço secreto israelense, teria coordenado ações cibernéticas e físicas contra alvos estratégicos iranianos.

Entre os alvos: a sede da emissora estatal IRIB, atingida por um ataque aéreo de alta precisão, que interrompeu a transmissão de forma abrupta.

 

O que sabemos até agora?

 

Segundo a NetBlocks, entre 22h e 23h (horário local) do dia 17, o tráfego de internet no Irã caiu mais de 97%. A falha afetou desde usuários civis até servidores institucionais e sistemas bancários.

O grupo hacker Predatory Sparrow, já associado informalmente a operações anteriores atribuídas a Israel, reivindicou ataques contra infraestruturas financeiras, como o banco estatal Sepah. Não há, até o momento, confirmação independente dos danos.

 

Mossad invadiu a TV iraniana?

 

 

Circula nas redes sociais a teoria de que o Mossad teria “sequestrado” transmissões da TV iraniana antes do blackout. Contudo, não há evidências públicas que sustentem essa versão.

O que foi confirmado por fontes como Associated Press e BBC é o ataque aéreo direto à sede da IRIB.

Fontes do governo iraniano classificaram o evento como “uma tentativa de desestabilização externa”, justificando a suspensão da internet como medida de “segurança nacional”.

 

 

Censura preventiva ou desespero estratégico?

 

 

A ofensiva israelense digital e física vem se intensificando desde os ataques coordenados do Hezbollah, Houthis e Hamas contra Israel na última semana.

Refinarias, silos de mísseis e centros de comando iranianos têm sido atingidos dentro e fora do território. Em resposta, o regime iraniano desliga seu próprio povo do mundo.

Esse blackout pode ser o reflexo mais extremo de um regime que teme tanto o inimigo externo quanto o levante interno. Cortar a internet é, historicamente, uma tática autoritária para controlar a narrativa e impedir revoltas.

 

Conclusão: uma guerra sem rostos

Teerã escureceu. Literalmente.

E cada segundo sem conexão revela não só a vulnerabilidade digital do Irã  mas também a profundidade da guerra invisível já em curso. Um campo de batalha silencioso, sem soldados à vista, mas com alvos muito claros: a verdade, o controle e o poder.

 

 

 

mila

 

 

 

 

Mila Schneider Lavelle é jornalista com formação também em teologia e especialista em Marketing, tendo atuado como Head Manager de grandes projetos internacionais e nacionais. Reconhecida por sua análise crítica e estilo incisivo, é também influenciadora digital, com ênfase em geopolítica e temas internacionais, sobretudo ligados ao Oriente Médio.


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