O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a manutenção do mato-grossense Alan Diego dos Santos Rodrigues na Cadeia Pública de Comodoro, a 630 km de Cuiabá.
Condenado por tentativa de atentado a bomba nas imediações do Aeroporto Internacional de Brasília em dezembro de 2022, Alan permanece custodiado na unidade prisional desde o dia 27 de junho, por decisão do próprio ministro.
A decisão de Moraes foi oficializada na quarta-feira (6), após a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso responder positivamente sobre a viabilidade da permanência do preso na cidade.
A Procuradoria-Geral da República também se manifestou favorável à continuidade da prisão preventiva em Comodoro, posição que foi acolhida pelo ministro.
“Determino a permanência do investigado Alan Diego dos Santos Rodrigues na unidade prisional de Comodoro/MT”, escreveu Moraes no despacho, citando decisão anterior proferida em 4 de julho de 2025.
Alan Diego e outros dois envolvidos foram condenados a 5 anos e 4 meses de prisão em regime fechado pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal. O caso, posteriormente, foi transferido para o STF, após o Ministério Público do Distrito Federal encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República, que ofereceu nova denúncia.
A peça inclui agora acusações de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e crimes previstos na Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016).
O episódio aconteceu durante a onda de manifestações golpistas promovidas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre o fim de novembro de 2022 e os ataques de 8 de janeiro de 2023.
Alan confessou à polícia que recebeu o artefato explosivo no acampamento bolsonarista montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
A primeira ideia dos envolvidos era detonar a bomba próximo a um poste de energia para comprometer o fornecimento elétrico na capital federal.
No entanto, o plano foi alterado e decidiram colocar o artefato em um caminhão-tanque carregado com querosene de aviação. O motorista, ao notar um objeto estranho, acionou a Polícia Militar, que impediu a tragédia.
Alan segue sob custódia no interior de Mato Grosso, agora com decisão reafirmada pela mais alta corte do país.