O advogado Conrado Pavelski Neto ingressou com uma ação na Justiça de Mato Grosso, solicitando uma indenização de R$ 40 milhões em nome de Regivaldo Batista Cardoso e da idosa Solei Fava Calvi. O pedido foi feito em virtude das trágicas mortes de Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliane, Manuela e Melissa Calvi Cardoso, de 19, 13 e 10 anos, respectivamente.
As vítimas foram brutalmente assassinadas e estupradas em sua residência em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, por um criminoso que estava foragido. O advogado Conrado Pavelski Neto argumenta que houve negligência e omissão por parte do Governo do Estado, sugerindo que a chacina poderia ter sido evitada se o criminoso, foragido por latrocínio, estivesse preso.
O pedido foi protocolado na quarta-feira (12), e uma imagem do documento foi compartilhada pelo advogado em seu perfil no Instagram. “Nenhum valor será capaz de trazer Cleci, Miliane, Manuela e Melissa à vida, mas o Estado deve ser responsabilizado para que nunca mais uma família sofra o peso de um ato negligente e omisso”, escreveu Conrado.
O autor do crime, Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, foi identificado e preso como responsável pelos assassinatos. Antes de cometer o crime, Gilberto havia procurado uma delegacia de polícia em 19 de setembro de 2023 para obter apoio. Os policiais o encaminharam a uma casa de repouso em Sorriso, poucos dias após ele ter estuprado e tentado matar uma mulher em Lucas do Rio Verde. No entanto, os policiais não reconheceram Gilberto como o autor do crime devido a um erro no nome da mãe do acusado.
O CASO
A chacina ocorreu em novembro de 2023 e teve repercussão nacional devido à sua gravidade. Gilberto trabalhava em uma obra ao lado da casa da família e premeditou o crime. Ele já era fugitivo pelo crime em Lucas do Rio Verde quando assassinou as quatro mulheres.
Repercussão
O crime chocou o país e levou a senadora Margareth Buzetti a apresentar o projeto de Lei Mulheres Calvi Cardoso, em homenagem às vítimas. O PL 6212/2023 prevê que o sistema de consulta processual torne públicos o nome completo do réu, seu CPF e o crime pelo qual foi condenado, após a primeira instância.
Além disso, o projeto determina a criação do Cadastro Nacional de Pedófilos e Predadores Sexuais, que permitirá a consulta pública dos dados de pessoas condenadas por estupro ou pedofilia após o trânsito em julgado. Esses dados estarão disponíveis por 10 anos após o cumprimento da pena, salvo em caso de reabilitação.
O projeto foi aprovado por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e agora está na Câmara dos Deputados. Uma vez aprovado sem alterações, seguirá para a sanção presidencial.
A ação judicial movida pela família das vítimas visa não apenas uma reparação financeira, mas também responsabilizar o Estado e evitar que outras famílias passem por tragédias semelhantes.