Mais de R$ 120 milhões em imóveis pertencentes à falida Kade Engenharia e Construções Ltda irão a leilão judicial a partir do dia 11 de julho, em um processo que marca o desfecho de uma das primeiras e mais longas recuperações judiciais ajuizadas em Santa Catarina.
A empresa, que teve forte atuação em obras públicas e projetos logísticos no Centro-Oeste, especialmente em Mato Grosso, teve a falência decretada em 2023 após anos de tentativas frustradas de reestruturação.
Ao todo, serão leiloados 13 lotes de bens distribuídos por Mato Grosso, Goiás e Amazonas, incluindo galpões industriais, imóveis comerciais, áreas rurais e participações em terrenos urbanos. Somente os imóveis localizados em Cuiabá e Sorriso, ambos em Mato Grosso, somam mais de R$ 35 milhões em valor avaliado.
O leilão será conduzido pela plataforma digital Positivo Leilões, e o valor arrecadado servirá para abater uma dívida superior a R$ 90 milhões deixada pela empresa.
Em Sorriso (MT), os destaques são um amplo complexo industrial com 39 mil m² de área, voltado à construção civil, avaliado em R$ 21 milhões, e metade de uma área rural de mais de 15 hectares, com lance inicial de R$ 1,5 milhão.
Já em Cuiabá, estarão disponíveis um galpão industrial de 7.560 m², avaliado em R$ 9,1 milhões, e um imóvel comercial de 580 m² com valor mínimo de R$ 2,4 milhões.
O bem mais valioso do leilão está em Rio Verde (GO): um parque industrial de quase 100 mil m², com lance inicial de R$ 53 milhões.
Na mesma cidade, um prédio comercial de 50 mil m² será oferecido por R$ 29 milhões. No Amazonas, será leiloada uma área rural de 3.200 hectares em Itapiranga, avaliada em R$ 781 mil.
De acordo com o leiloeiro Erick Teles, a concorrência promete ser acirrada. “Até agora, 21 interessados já estão habilitados. Isso se deve ao grande potencial estratégico desses ativos, que atraem empresas e investidores em busca de oportunidades para expansão de operações nos setores de indústria, logística e agronegócio”, afirmou.
O leilão simboliza o encerramento de um processo que começou em 2007, ainda nos primeiros anos da Lei de Recuperação Judicial e Falência (nº 11.101/2005).
Segundo a administradora judicial Daniela Fabro, responsável pelo caso na Vara Regional de Falências de Concórdia (SC), a falência da Kade representa um desfecho necessário. “É um caso longo e complexo, mas que agora finalmente tem a chance de ser encerrado com o pagamento parcial aos credores”, disse.
A Kade foi fundada por empresários gaúchos e chegou a atuar em importantes projetos de infraestrutura e logística para o agronegócio em estados como Mato Grosso e Goiás.
O processo de recuperação foi iniciado após a empresa enfrentar dificuldades causadas principalmente pela suspensão de repasses públicos. A falência foi decretada após a companhia perder a capacidade operacional e descumprir o plano de recuperação.
Todo o processo de venda é online e aberto à participação de interessados de qualquer região do país. Os imóveis podem ser consultados pelo site www.positivoleiloes.com.br, onde estão disponíveis fotos, documentos, editais e orientações para envio de lances.
