O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer o que já virou marca registrada de sua gestão: falar grosso para o público interno e, na prática, recuar quando confrontado por potências estrangeiras.
Após prometer uma resposta “à altura” contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, o governo federal agora descarta qualquer tipo de retaliação imediata e aposta em um “diálogo construtivo” com Washington.
A mudança de tom evidencia mais um movimento de capitulação, especialmente porque a própria base governista no Congresso aprovou recentemente a Lei de Reciprocidade Econômica, justamente para permitir respostas duras contra países que adotassem sanções ou restrições comerciais contra o Brasil.
O governo chegou a regulamentar a lei por decreto no último domingo, criando expectativa de que o país tomaria uma postura firme. Mas tudo ficou no papel.
As tarifas americanas foram anunciadas por Donald Trump como parte de uma retaliação simbólica à perseguição política que, segundo ele, vem sendo promovida contra Jair Bolsonaro e seus aliados no Brasil.
Em vez de rechaçar a medida de forma concreta, o Planalto se limitou a declarações para acalmar a base militante, e nos bastidores iniciou uma movimentação tímida em direção à diplomacia, sinalizando que não pretende aplicar as medidas previstas na nova legislação.
Mesmo com pesquisas indicando que mais da metade da população apoia medidas de retaliação, Lula optou por se alinhar à pressão de setores empresariais, que temem represálias maiores. O discurso de enfrentamento ficou restrito às câmeras. A prática mostrou um governo hesitante, que teme desagradar o mercado e prefere sacrificar a imagem de firmeza a assumir riscos.
O episódio ganhou ainda mais tensão com as declarações do ex-presidente Donald Trump, feitas nesta terça-feira (15). Em entrevista a jornalistas, Trump afirmou que está havendo um verdadeiro “caça às bruxas” no Brasil e que “ninguém está gostando do tratamento que o governo brasileiro está dando ao ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Segundo o americano, o Brasil está errando feio ao perseguir um líder que, nas palavras dele, é “um bom homem, honesto e que ama o povo brasileiro”.
“Ele não é meu amigo pessoal, mas é alguém que conheço como líder de milhões de brasileiros”, disse Trump. “Ele lutou muito pelo povo do Brasil e fez acordos duros em favor do seu país. O que estão fazendo com ele é muito infeliz.” A fala de Trump ocorre no mesmo momento em que os Estados Unidos impõem tarifas pesadas contra o Brasil.
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