A madrugada desta quarta-feira (6) foi marcada por um protesto inusitado no Congresso Nacional. Deputados e senadores da oposição ao presidente Lula passaram a noite no plenário da Câmara e do Senado, como forma de pressão política contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O objetivo da mobilização é forçar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar dois temas exigidos pelos oposicionistas: o impeachment do ministro Alexandre de Moraes e uma proposta de anistia geral, ampla e irrestrita para os investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, foi um dos participantes do acampamento improvisado. Às 6h da manhã, ele realizou uma live diretamente do plenário do Senado, interagindo com seguidores e até dançando ao som do hit Y.M.C.A, sucesso do Village People. Ao seu lado, apareceu o senador Luís Carlos Heinze (PP-RS). “Plenário do Senado AO VIVO! Impeachment de Alexandre de Moraes. Anistia. Fim do Foro Privilegiado”, escreveu na legenda da transmissão.

Na Câmara dos Deputados, o líder da oposição, Coronel Zucco (PL-RS), também pernoitou no local. Em vídeos publicados nas redes sociais, ele comentou o protesto: “Já a galera da madrugada aqui. Café morno que não chegou o outro. Estamos mantendo a posição de que não se vote nada antes da gente ter condição de dialogar sobre o que está acontecendo.”

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), outro participante da vigília, compartilhou registros do pernoite e agradeceu o apoio das manifestações populares em cidades como Porto Alegre. “Cinco horas da manhã, troca de turno agora. Zucco chegou, Fraga, Fahur... Tamo junto, por todos nós brasileiros. Isso nos motiva e certamente a gente tá aqui para motivar vocês a continuarem”, disse em vídeo.

Os parlamentares se revezaram em turnos ao longo da noite e afirmam que não deixarão o Congresso até que suas demandas sejam consideradas. A movimentação acontece em meio a um ambiente político polarizado, após a prisão de Bolsonaro ampliar a tensão entre Judiciário e setores conservadores do Legislativo.

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.