O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin votou, nesta sexta-feira (2), pela manutenção da prisão preventiva do lobista mato-grossense Andreson de Oliveira Gonçalves. Ele é acusado de participar de um esquema de venda de decisões judiciais e de informações processuais privilegiadas.
A defesa do investigado pediu a conversão da prisão preventiva em domiciliar. No entanto, Zanin, relator do caso, afirmou que não há novos elementos que justifiquem a substituição da medida.
“Os indícios de autoria e materialidade encontram-se presentes, e os fatos narrados revelam-se concretamente graves”, afirmou o ministro, ao lembrar que essa é a quarta vez que se manifesta sobre o caso.
Segundo Zanin, os autos do processo apontam que Andreson teria papel de liderança no suposto esquema criminoso, exercendo função de comando e ingerência. A atuação do lobista, diz o ministro, seria central no suposto comércio de sentenças no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Preso desde novembro de 2024, após ser alvo da Operação Sisamnes da Polícia Federal, Andreson foi transferido recentemente da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, para o presídio federal de Brasília. A defesa alegou risco à integridade física do acusado, já que a unidade abriga presos ligados a facções criminosas.
Zanin também citou um documento da própria direção da PCE, que apontaria a incapacidade do local para garantir o tratamento médico adequado ao custodiado. Para o ministro, a transferência para Brasília reduz os riscos à integridade física e à saúde de Andreson.
O julgamento virtual segue até o dia 12 de maio.
