A Polícia Federal aprofundou as investigações sobre um esquema de venda de decisões judiciais que envolve o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, preso desde o ano passado.
A partir de documentos e registros financeiros, foi identificado um fluxo suspeito de R$ 2 bilhões entre Andreson, sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro, e o advogado Roberto Zampieri, assassinado em 2023, cuja morte deu início ao inquérito.
Segundo relatório recente do Coaf, os valores movimentados chamam atenção mesmo sob a hipótese de legalidade, tamanha a sua magnitude.
Um dos focos da investigação é a conexão entre esses montantes e a atuação de Gonçalves junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde ele teria acesso indevido a documentos internos e rascunhos de decisões judiciais.
Entre os achados mais significativos, está a transferência de R$ 4 milhões de uma empresa de Andreson para outra ligada à esposa de Márcio Toledo Pinto, assessor que atuou em gabinetes de duas ministras do STJ.
O caso ganhou contornos ainda mais graves após a apreensão do celular de Zampieri, cuja análise revelou dados comprometedores.
O jornalista Aguirre Talento detalhou essas descobertas em entrevista ao podcast UOL Prime, ressaltando que a PF segue a trilha do dinheiro para entender toda a extensão do esquema.