O ministro Otávio de Almeida Toledo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou recurso da defesa do ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis e confirmou a realização do júri popular contra ele pelo assassinato da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca Tirloni, de 48 anos, ocorrido em agosto de 2023, em Cuiabá.
A decisão, publicada no dia 8 de julho de 2025, devolve os autos para a Justiça Estadual, que deve designar a data do julgamento.
Almir responde por feminicídio, estupro, fraude processual e ocultação de cadáver. A Defensoria Pública alegava que o acusado sofre de doença mental e, por isso, deveria ser considerado inimputável, buscando anular a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) que negou a absolvição.
No entanto, o ministro Toledo avaliou que o recurso apresentou argumentos genéricos e não impugnou de forma específica os fundamentos do TJ-MT, tornando inviável o reexame da decisão.
“Não houve sequer o cuidado de se contextualizarem os dados concretos constantes do acórdão recorrido”, afirmou o ministro, ressaltando que o recurso falhou em demonstrar que a alteração da decisão poderia ocorrer sem a reavaliação das provas já analisadas.
O crime chocou a capital mato-grossense. Segundo a investigação da Polícia Civil, a advogada foi morta após se recusar a manter relações sexuais com Almir. Após um espancamento, ele a asfixiou até a morte. Eles haviam se conhecido na noite anterior em um bar de Cuiabá.
De acordo com as investigações, o ex-PM manteve o corpo da vítima em sua casa por cerca de seis horas. Por volta das 8h30, ele dirigiu o carro de Cristiane até o Parque das Águas e abandonou o veículo com o corpo dentro. Em seguida, chamou um carro por aplicativo e voltou para casa. Minutos depois, chamou a namorada para tentar criar um álibi.
O corpo foi encontrado pelo irmão da advogada, que, sem saber do ocorrido, a levou ao Complexo Hospitalar de Cuiabá, onde a morte foi confirmada.