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JUDICIÁRIO Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 08:19 - A | A

Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 08h:19 - A | A

CORRUPÇÃO NA UNIMED

Esquema de lavagem de dinheiro na Unimed Cuiabá envolvia pacotes em espécie e depósitos fracionados, aponta MPF

Segundo investigações da Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal, o médico entregava mensalmente pacotes com valores entre R$ 10 mil e R$ 15 mil a funcionárias da cooperativa para depósitos fracionados em contas bancárias pessoais

ALISSON OLIVEIRA

 

O ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como peça central em um elaborado esquema de lavagem de dinheiro, que teria operado entre o fim de 2021 e o início de 2023.

 

Segundo investigações da Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal, o médico entregava mensalmente pacotes com valores entre R$ 10 mil e R$ 15 mil a funcionárias da cooperativa para depósitos fracionados em contas bancárias pessoais.

 

Depoimentos colhidos ao longo do inquérito indicam que os valores eram separados em duas ou três quantias menores e distribuídos entre instituições como Banco do Brasil, Santander e Safra, com o objetivo de dificultar o rastreamento da origem ilícita do dinheiro  prática conhecida como "smurfing".

 

Ainda segundo os procuradores Pedro Melo Pouchain Ribeiro e Thereza Luiza Fontenelli Costa Maia, os recursos seriam provenientes de fraudes contábeis e desvios dentro da própria cooperativa.

 

Uma ex-funcionária do setor de contas a pagar relatou que não era comum haver circulação de dinheiro em espécie na unidade, exceto em situações emergenciais com valores irrisórios.

 

Entretanto, observou que, em diversas ocasiões, viu a gerente Ivete ou a superintendente Ana Paula Parizzotto contarem pacotes de dinheiro em sua sala, distribuindo as quantias em envelopes para posterior depósito em contas ligadas a Rubens. Ela afirmou ter testemunhado essa movimentação ao menos a cada dez ou quinze dias.

 

Outra ex-coordenadora financeira confirmou que também ajudou na contagem de valores e afirmou ter recebido diretamente do ex-presidente quantias em espécie em ao menos cinco oportunidades, todas destinadas a contas de titularidade pessoal dele.

 

Os valores giravam entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, sempre depositados em diferentes instituições bancárias.

 

O MPF afirma que há indícios de que os montantes lavados tenham se originado de ao menos 40 casos de estelionato, que envolviam a simulação ou o superfaturamento de contratos com prestadores de serviço da Unimed.

 

O documento da denúncia destaca ainda a atuação direta de Rubens e da ex-superintendente Ana Paula na dissimulação dos valores, podendo haver distribuição posterior entre outros ex-gestores, como Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, Jaqueline Proença Larrea e Eroaldo de Oliveira.

 

A Operação Bilanz foi deflagrada em outubro de 2024, após denúncia feita pela atual diretoria da cooperativa, presidida pelo médico Carlos Bouret.

 

Uma auditoria independente identificou que o balanço financeiro de 2022 havia sido maquiado para apresentar saldo positivo de R$ 370 mil, enquanto na realidade havia um rombo de aproximadamente R$ 400 milhões.

 

Além de Rubens, também foram alvos da operação a advogada Jaqueline Larrea, a ex-diretora Suzana Palma, o ex-CEO Eroaldo Oliveira, a superintendente financeira Ana Paula Parizzotto e a contadora Tatiana Bassan.

 

Todos são investigados por compor uma organização criminosa e responderão por crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e estelionato.

 

As investigações seguem em curso e o Ministério Público não descarta novas denúncias com base nas provas colhidas até o momento.

 

 

 

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