A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT) confirmou, nesta segunda-feira (28), que acompanha de forma direta as investigações sobre o assassinato do advogado José Antônio da Silva, executado em Nova Ubiratã, a 426 km de Cuiabá.
A entidade ressaltou que o crime tem relação com o exercício da advocacia, o que levou à criação de uma comissão especial para atuar junto às autoridades.
O corpo de José Antônio foi encontrado no dia 26 de junho, dentro de sua residência, com um tiro na nuca e sinais de tortura, como dedos arrancados.
A Polícia Civil aponta que ele foi morto por um pistoleiro contratado por uma família com quem mantinha uma disputa judicial envolvendo o pagamento de R$ 4,5 milhões em honorários advocatícios. A execução teria custado R$ 120 mil.
A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, declarou que a instituição exige providências imediatas e rigorosas por parte do sistema de Justiça. “A OAB-MT está vigilante e exige, em nome da advocacia mato-grossense, que os responsáveis sejam punidos com todo o rigor da lei”, afirmou.
A Subseção de Sorriso, responsável pela região onde o advogado atuava, criou uma Comissão Especial de Acompanhamento do caso, instituída pela Portaria nº 28/2025.
A presidente da subseção, Carla Guerra, afirmou que acompanha pessoalmente os desdobramentos junto à Secretaria de Segurança Pública. “Estamos atuando com determinação para que o crime não fique impune”, declarou.
As investigações apontam que Cleusa Bianchini, seu filho Alessandro Vageti e a neta Giovana Vageti são os mandantes do crime. Os três foram presos temporariamente no sábado (27) durante a Operação Procuração Fatal. A família possui imóveis e empresas na cidade de Sorriso, onde também residia o advogado.
Com este caso, já são pelo menos três assassinatos de advogados registrados em Mato Grosso nos últimos três anos, todos relacionados ao exercício da profissão.
O crime reacende o alerta da categoria sobre os riscos enfrentados no cumprimento de seu dever legal e ético, especialmente em causas que envolvem grandes disputas financeiras ou interesses empresariais.
A OAB-MT reforça seu compromisso com a defesa intransigente das prerrogativas da advocacia e com a luta para que a atuação profissional não seja silenciada pela violência.