menu
25 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
25 de Abril de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

POLÍTICA NACIONAL Quarta-feira, 16 de Abril de 2025, 15:54 - A | A

Quarta-feira, 16 de Abril de 2025, 15h:54 - A | A

CRISE DIPLOMÁTICA

EUA negam identidade de gênero de Erika Hilton em visto diplomático

Deputada desiste de missão oficial e cobra resposta do Itamaraty por transfobia de Estado

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou ter sido alvo de transfobia institucional por parte do governo dos Estados Unidos durante o processo de emissão de visto diplomático. Segundo a parlamentar, a embaixada norte-americana em Brasília desconsiderou sua identidade de gênero e a registrou como do sexo masculino, ignorando a certidão de nascimento retificada e o passaporte brasileiro, que atestam seu gênero feminino.

 

O episódio ocorreu às vésperas da Brazil Conference at Harvard & MIT 2025, onde Erika Hilton participaria do painel "Diversidade e Democracia", representando oficialmente a Câmara dos Deputados. Diante da situação, ela optou por cancelar a viagem e classificou o ocorrido como “um problema diplomático grave”.

 

— A transfobia de Estado, quando praticada nos Estados Unidos, exige uma resposta judicial. Mas quando atravessa fronteiras e atinge uma parlamentar brasileira, exige também uma resposta diplomática do Itamaraty — declarou a deputada.

 

Hilton enviou ofício ao Ministério das Relações Exteriores solicitando reunião com o ministro Mauro Vieira. O Itamaraty avalia a realização do encontro. A deputada também articula uma ação jurídica internacional contra o governo de Donald Trump.

 

De acordo com Erika, a negativa de reconhecimento de sua identidade está diretamente relacionada ao decreto assinado por Trump em janeiro de 2025, que institui uma política de não reconhecimento de pessoas trans, estabelecendo como únicos sexos válidos o masculino e o feminino “imutáveis desde o nascimento”.

 

— É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha atingido uma parlamentar brasileira em missão oficial. É uma política higienista e desumana que desrespeita, inclusive, a soberania do Brasil ao invalidar documentos emitidos pelo nosso país — afirmou.

 

Em 2023, a mesma embaixada já havia concedido visto à deputada respeitando sua identidade feminina. A mudança na conduta reforça, segundo ela, o caráter discriminatório do novo decreto americano.

 

Procurada, a embaixada dos Estados Unidos disse, em nota, que os registros de visto são confidenciais e reiterou que, conforme a Ordem Executiva 14168, é política do governo americano reconhecer apenas os sexos masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento.

 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

 

Comente esta notícia

Vitor Estulano 16/04/2025

Corretíssimo a postura do consulado americano. Contra a biologia não há argumentos. Sempre terá um cromossomo dominante.

positivo
0
negativo
0

1 comentários