Imagens: João Aguiar
O desaparecimento da jovem Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, teve um desfecho trágico que escandalizou a população de Cuiabá: o corpo da adolescente foi encontrado sem vida, dentro de um poço, na madrugada desta quarta-feira (23).
O caso, que já causava comoção, ganhou contornos ainda mais graves após declarações do padrasto da vítima, Benedito Anunciação de Santana, que acusou a mãe da jovem, Suellen de Alencastro Arruda, de ter sido a mandante do crime.
Segundo Benedito, Suellen não aceitava a orientação sexual da filha e teria ordenado a sua morte por esse motivo.
“Ela nunca aceitou que a filha gostasse de mulheres. Pediu para eu resolver isso. Agora precisa ter coragem de assumir o que pediu”, afirmou o ex-servidor, que foi preso juntamente com o filho e outros dois adolescentes.
O crime começou a ser investigado após um alerta de roubo de veículo, envolvendo um HB20, em que Heloysa estava.
Câmeras do programa de monitoramento Vigia Mais MT ajudaram a polícia a localizar os suspeitos.
Gustavo Benedito Junior, de 18 anos, filho de Benedito, foi um dos primeiros a ser detido e confessou envolvimento no crime, alegando ter agido por influência do pai.
As investigações apontam que Heloysa foi estrangulada com um cabo USB, num ato de extrema crueldade.
Benedito alega que apenas seguiu ordens de Suellen, negando ser o autor do assassinato, embora tenha permanecido ao lado dela durante os desdobramentos do crime, incluindo o momento em que a levou para atendimento médico após uma suposta agressão.
Suellen, que até então se apresentava como vítima, está agora sob investigação mais aprofundada por seu possível envolvimento direto no homicídio da própria filha.
O caso está a ser tratado como homicídio qualificado, com possíveis agravantes de motivação homofóbica.
Este crime expõe de forma brutal os perigos da intolerância e reforça a necessidade de políticas públicas mais eficazes de proteção aos jovens em situação de vulnerabilidade, especialmente no contexto familiar.