Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (1), o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª Delegacia de Polícia de Itaperuna (RJ) identificou sinais preocupantes nos perfis de redes sociais do adolescente de 14 anos que matou os pais e o irmão de três anos em Itaperuna (RJ), e de sua namorada, de 15 anos, moradora de Água Boa (MT). Segundo o delegado, os conteúdos analisados no Instagram do casal virtual já indicavam envolvimento com temas violentos, incluindo referências a filmes sobre assassinatos.
“A análise do conteúdo do Instagram mostra exposição a temas violentos, incluindo referências a filmes sobre assassinatos e mortes”, disse o delegado.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e de Mato Grosso revelaram novos detalhes do assassinato brutal, que chocou o país. Além do pai e da mãe, o garoto também matou o próprio irmão, de apenas três anos. Segundo as investigações, o crime foi motivado pelo desejo de remover qualquer obstáculo ao relacionamento entre os dois jovens, que se conheciam virtualmente desde os 8 anos, por meio de jogos online.
O delegado Matheus Soares Augusto, titular da Delegacia de Água Boa, que prestou apoio à Polícia Civil do Rio de Janeiro nas investigações, afirmou que o assassinato do irmão caçula, de apenas três anos, não fazia parte do plano original do casal. Segundo ele, a morte da criança causou desconforto na adolescente, embora ela tenha incentivado o namorado a prosseguir com os assassinatos após a morte do pai.
Ainda de acordo com o delegado, o notebook apreendido com a jovem revelou a frieza com que o casal lidou com os crimes. Mesmo após os homicídios, os adolescentes seguiram trocando mensagens de cunho amoroso e fazendo brincadeiras. Em uma delas, a garota escreveu: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”.
“Ela teve um papel ativo e determinante no crime. Não apenas ajudou no planejamento, como também instigou e pressionou o garoto de forma constante, utilizando chantagens emocionais e exigindo que ele provasse ser ‘homem’ para vê-la pessoalmente”, afirmou Soares.
Detalhes do crime
A Polícia Civil revelou que o casal enxergava as vítimas como se fossem personagens de um jogo online extremamente violento — banido originalmente na Austrália — cujo enredo envolve irmãos em uma relação codependente que cometem diversos crimes juntos. Embora não jogassem o game, os adolescentes assistiam regularmente vídeos sobre o jogo no YouTube.
De acordo com a perícia, após cometer os assassinatos, o garoto enviou à namorada uma foto dos corpos ensanguentados da família sobre a cama. Em resposta, a adolescente disse sentir “nojo” da imagem e ainda reclamou do fato de o namorado estar “online” sem responder às mensagens durante os homicídios. Em outro momento, o jovem enviou um áudio dizendo “matei meu pai”, e a garota respondeu: “atira nela agora”, referindo-se à mãe.
Os investigadores também revelaram que os adolescentes chegaram a planejar maneiras de disfarçar o crime. Entre as ideias discutidas, cogitaram colocar a arma na mão do irmão de 3 anos, para simular um acidente. Em outro momento, consideraram se desfazer dos corpos alimentando porcos com os restos das vítimas. O casal também discutiu a possibilidade de matar a avó do garoto, mas desistiu do plano por temer que a sequência de mortes levantasse suspeitas imediatas.
Havia também a intenção de assassinar os pais da jovem, que vivem em Mato Grosso. De acordo com a Polícia, o casal adolescente considerava esses familiares um obstáculo à continuidade do namoro.
Em depoimento à polícia do Rio, o garoto afirmou que não se arrepende e que “faria tudo de novo”.
Veja também: Mensagens mostram plano de adolescente que matou pais e irmão no RJ com apoio da namorada virtual de MT
Valério 02/07/2025
Que monstro esse garoto e garota, eles tem que ficar presos eternamente, mas sei que eles vão ficar nem 2 anos.
1 comentários