A Justiça de Mato Grosso determinou que as gigantes da tecnologia Google, Apple e Microsoft forneçam dados armazenados em nuvem de alvos da Operação Sepulcro Caiado, deflagrada pela Polícia Civil na quarta-feira (30).
A decisão judicial visa aprofundar as investigações sobre um sofisticado esquema de falsificação de ações judiciais, que teria causado um prejuízo estimado em R$ 21 milhões ao Tribunal de Justiça do Estado (TJMT).
A quebra de sigilo digital abrange informações como comunicações eletrônicas, registros de acesso e arquivos armazenados nas contas dos investigados nas plataformas das empresas.
O juiz responsável pelo caso considerou o conteúdo digital essencial para esclarecer o funcionamento da organização criminosa e a participação de cada envolvido.
A operação resultou na prisão de onze pessoas, incluindo empresários, advogados e servidores do próprio TJMT. Também foram cumpridas ordens de busca e apreensão em diferentes endereços, com o objetivo de recolher provas documentais e eletrônicas.
Segundo fontes ligadas à investigação, o grupo simulava o trâmite de processos judiciais com decisões forjadas para desviar recursos públicos e beneficiar interesses particulares. Os mandados foram expedidos após meses de monitoramento e coleta de indícios.
A solicitação feita às big techs representa mais uma etapa no esforço das autoridades para mapear a extensão das fraudes e identificar possíveis ramificações do esquema, que pode ter se aproveitado de brechas no sistema judiciário para operar impunemente por anos.
A Operação Sepulcro Caiado continua em andamento, e novas fases não estão descartadas.