A Justiça de Mato Grosso decidiu pela manutenção da prisão do empresário Fábio Teixeira Santin, acusado de assassinar a própria esposa, a psicóloga Janaina Carla Portela Santin, com um tiro na cabeça, na tarde da última segunda-feira (16), em uma residência na cidade de Sinop.
A decisão foi tomada pela juíza Rosângela Zacarkim dos Santos, da 2ª Vara Criminal de Sinop, que converteu a prisão em flagrante para preventiva, considerando a gravidade dos fatos e a periculosidade do acusado.
O crime ocorreu dentro da casa do casal e, inicialmente, Fábio tentou alegar que a esposa teria cometido suicídio. No entanto, as investigações apontaram diversas contradições no relato do empresário, que apresentou versões incoerentes tanto durante os depoimentos como na simulação feita no local dos fatos.
A perícia identificou pelo menos seis disparos no imóvel, o que reforçou a suspeita de que a versão apresentada não correspondia à realidade. Uma arma calibre .380 foi apreendida, além de munições.
O laudo de necropsia também afastou completamente a hipótese de suicídio, visto que não foram encontradas marcas compatíveis com um tiro autoinfligido.
A juíza destacou na decisão que há claros indícios de tentativa de manipulação da cena do crime, o que justificou a necessidade de manter o acusado preso para garantir o andamento das investigações sem interferências.
Segundo a versão inicial do empresário, Janaina teria chegado à residência bastante alterada e efetuado disparos, culminando depois em um suposto suicídio.
No entanto, além dos sinais que desmentem essa narrativa, Fábio foi encontrado com um ferimento na perna e precisou de atendimento médico antes de ser conduzido à delegacia, onde acabou autuado em flagrante por homicídio doloso.
A Polícia Civil já descartou oficialmente a tese de suicídio e trabalha com a linha de investigação de feminicídio. O caso gerou grande repercussão em Sinop e em todo o estado, especialmente pela tentativa do acusado de distorcer os fatos e pelo histórico de violência que começa a ser revelado durante a apuração.
A decisão da magistrada ressalta que a liberdade de Fábio representa um risco concreto para a ordem pública e para a instrução processual, dado o comportamento demonstrado logo após o crime.
Agora, ele segue detido à disposição da Justiça, enquanto as investigações avançam na busca de todos os elementos que possam esclarecer completamente as circunstâncias do assassinato de Janaina Carla Portela Santin.