A Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso decidiu, por unanimidade, manter o afastamento do vereador Chico 2000 (PL) da Câmara Municipal por 180 dias.
A medida foi confirmada durante sessão realizada no âmbito das investigações da Operação Perfídia, que apura um esquema de propina ligado à tramitação de projeto de lei que favoreceu a empresa HB20 Construções.
O relator do processo, desembargador Juvenal Pereira da Silva, rejeitou o recurso da defesa, que alegava ausência de contemporaneidade dos fatos e defendia que a permanência do parlamentar no cargo não interferiria nas apurações.
Os desembargadores Lídio Modesto Filho e Hélio Nishiyama acompanharam o voto do relator. A defesa do vereador, por sua vez, anunciou que poderá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Chico 2000 é acusado de ter autorizado, enquanto presidente da Câmara em 2023, que o também vereador Sargento Joelson (PSB) conduzisse negociações para pagamento de propina no valor de R$ 250 mil.
O objetivo seria aprovar um projeto que permitia a renegociação de dívidas da prefeitura e, com isso, liberar recursos para empresas contratadas, entre elas, a HB20, responsável pelas obras do Contorno Leste.
Áudios e mensagens trocadas entre Joelson e um representante da empresa indicam que Chico tinha conhecimento da operação. Em um dos registros, um pagamento de R$ 150 mil via PIX foi confirmado para uma pessoa indicada pelo vereador do PSB.
A repercussão do caso provocou reações imediatas na Câmara Municipal, e outras lideranças políticas já se posicionam sobre a gravidade das acusações.
A situação de Chico 2000 pode se agravar ainda mais conforme o avanço das investigações.