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JUDICIÁRIO Quarta-feira, 04 de Junho de 2025, 17:25 - A | A

Quarta-feira, 04 de Junho de 2025, 17h:25 - A | A

POR 180 DIAS

Justiça entrega guarda de netos à mãe de Gabrielli assassinada por PM feminicida

A advogada Larissa Pereira Leite, que representa dona Noemi, questionou a tentativa da defesa de Ricker em atribuir o assassinato a um suposto surto psicótico.

Ana Barros

 

Na noite da última terça-feira (3), no Fórum de Cuiabá, dona Noemi Daniel, mãe de Gabrielli Daniel Sousa de Moraes, de 31 anos, assassinada pelo companheiro, o policial militar Ricker Maximiano, revelou à imprensa que conseguiu a guarda provisória dos dois netos, de 3 e 5 anos. A decisão foi assinada pelo juiz Ricardo Alexandre Riccielli Sobrinho, da 4ª Vara Especializada de Família e Sucessões.

 

O crime aconteceu em 25 de maio, na residência da vítima no bairro Praeirinho, em Cuiabá. Ricker, lotado na Polícia Militar, matou Gabrielli dentro de casa e depois fugiu com os dois filhos do casal, antes de se apresentar no BOPE.

 

Dona Noemi veio do Pará exclusivamente para lutar pela guarda dos netos e se disse chocada ao descobrir que, dois dias após o enterro da filha, as crianças foram levadas pelos avós paternos para visitar o pai preso. As crianças ainda não sabem da morte da mãe. “Elas acreditam que a mãe está viajando”, contou.

 

“Meu neto, de cinco anos, me disse: ‘vovó, minha mãe foi viajar e meu pai está trabalhando’. Como vamos contar a verdade? [...] Fiquei horrorizada. Minha filha tinha acabado de ser enterrada e já estavam levando as crianças para ver o pai assassino”, lamentou dona Noemi, emocionada.

 

Ela reforçou que os netos representam um laço vivo com sua filha. “Essa é a primeira batalha que vencemos. A próxima será ver o assassino condenado”, completou.

 

Deputada exige providências após visita das crianças ao pai no BOPE

 

Presente ao lado da família materna desde o início, a deputada Gisela Simona (União Brasil) informou que acionou o Comando Geral da Polícia Militar após receber a informação de que Ricker foi conduzido a uma UPA sem algemas, como se fosse um cidadão comum.

 

A parlamentar também expressou indignação com a visita das crianças ao assassino, o que classificou como um abuso emocional.

“Acionamos a Corregedoria da PM para apurar a condução do preso e a visita. O comando se mostrou sensível e permitiu que as advogadas da família incluíssem provas disso no processo. Isso nos ajudou a garantir que as crianças fiquem com a avó materna”, explicou Gisela.

 

A deputada relembrou que a Lei do Pacote Antifeminicídio, da qual foi relatora na Câmara, prevê a perda automática do pátrio poder para autores de feminicídio, como forma de proteger filhos órfãos desses crimes. “É preciso afastar os filhos da influência de quem destruiu a família deles”, defendeu.

Defesa da família contesta tese de surto alegada por PM.

A advogada Larissa Pereira Leite, que representa dona Noemi, questionou a tentativa da defesa de Ricker em atribuir o assassinato a um suposto surto psicótico.

 

“Essa tese não se sustenta. Ele estava fardado, cometeu o crime, fugiu com os filhos, levou-os até a casa dos pais, deixou a arma do crime lá, trocou de carro com a irmã e só então se apresentou. Não é o comportamento de alguém em surto. É frieza”, destacou a criminalista.

 

Larissa atua junto da advogada Vivian Arruda Pedroni, ambas responsáveis pela defesa dos interesses da família de Gabrielli na Justiça.

 

 

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