A juíza Juanita Cruz da Silva Clait Duarte foi escolhida nesta quinta-feira (22) como a nova desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

 

A decisão foi tomada por unanimidade durante sessão do Pleno, com votos dos 38 desembargadores aptos, e ocorreu com base no critério de antiguidade.

 

A magistrada assume a vaga deixada pela desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, que se aposentou ao atingir a idade limite de 75 anos.

 

Juanita, que ingressou na magistratura em março de 1992, era a mais antiga entre os quatro concorrentes ao posto, disputando com Abel Balbino Guimarães, Ester Belém Nunes e Sérgio Valério.

 

Apesar da previsibilidade de sua nomeação, a história de Juanita Duarte carrega elementos pouco comuns na trajetória da maioria dos magistrados.

 

Ela ficou afastada da função por mais de uma década após ser aposentada compulsoriamente em 2010, por decisão do Conselho Nacional de Justiça, no contexto do chamado “Escândalo da Maçonaria”.

 

Na ocasião, ela e outros seis magistrados foram acusados de desviar R$ 1,7 milhão do TJMT, por meio de verbas indenizatórias repassadas a uma cooperativa ligada à maçonaria.

 

Em 2022, o Supremo Tribunal Federal julgou a medida indevida e determinou a reintegração de todos os envolvidos, além do pagamento das diferenças salariais retroativas. O retorno de Juanita ao cargo foi visto por muitos como uma reparação histórica.

 

Durante a sessão desta quinta-feira, o desembargador Marcos Machado homenageou a colega com palavras que evidenciaram a dimensão simbólica de sua ascensão:

 

“Ela foi um grande exemplo de persistência, resiliência e movida por muita fé”, afirmou, emocionado.

 

Com a posse de Juanita, o TJMT dá continuidade ao seu compromisso com a valorização da experiência e da trajetória dentro da magistratura, reconhecendo também o papel da superação pessoal e institucional na construção de uma Justiça mais forte.