O general cuiabano Júlio Cesar de Arruda, ex-comandante do Exército, declarou nesta quinta-feira (22), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que não impediu a Polícia Militar do Distrito Federal de realizar prisões durante a noite de 8 de janeiro de 2023.
Convocado como testemunha de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, Arruda esclareceu que, na ocasião, foi ao Quartel-General do Exército para coordenar as ações que estavam sendo tomadas e negou qualquer ordem para bloquear a atuação da PM.
Segundo ele, o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, acompanhou a situação diretamente ao seu lado.
O general relatou que, após conversas com o então interventor da segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, e o comandante da PM, Fábio Augusto Vieira, ficou acordado que as prisões dos manifestantes ocorreriam na manhã seguinte, dia 9 de janeiro, em decisão conjunta com os ministros Flávio Dino, José Mucio e Rui Costa.
Ainda durante o depoimento, Arruda confirmou que conhecia o general da reserva Mário Fernandes desde 1988 e que se encontraram em dezembro de 2022, mas negou qualquer apoio a planos de impedir a posse do presidente eleito.
O depoimento de Arruda reforça a tese da defesa de Mauro Cid, de que o militar sempre agiu com disciplina e dentro da hierarquia.