Na última audiência da ação penal que investiga o chamado “núcleo 1” da trama golpista, quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) acompanharam ao vivo os depoimentos das primeiras testemunhas indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A presença dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux — este último por videoconferência — representou uma quebra do protocolo tradicional da Corte. Normalmente, as oitivas são conduzidas por um juiz auxiliar e os depoimentos ficam anexados aos autos para análise posterior pelos ministros. O único integrante da Turma que não compareceu foi o ministro Flávio Dino.
O relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, presidiu a sessão e assumiu a condução das perguntas, fazendo uma série de advertências rigorosas aos advogados dos réus. Já Luiz Fux interveio diretamente, questionando o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, uma das testemunhas ouvidas.
Além do empenho dos ministros, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, surpreendeu ao optar por participar pessoalmente da audiência, em vez de delegar a função a um subprocurador-geral, como é comum nas sessões das Turmas do STF.
O caso em análise apura o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros no plano golpista identificado como “núcleo 1”, sob investigação da PGR.