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BRASIL Quarta-feira, 21 de Maio de 2025, 17:46 - A | A

Quarta-feira, 21 de Maio de 2025, 17h:46 - A | A

POR DOIS ANOS

Entenda como falsa médica conseguiu enganar uma cidade inteira

Para reforçar sua credibilidade, Sophia alegava nas redes sociais ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida, e chegou a postar duas fotos forjadas: uma em que aparecia criança no colo do prefeito

Da Redação

 

 Após quase dois anos de atuação clandestina, a “médica” Sophia Livas de Morais Almeida, 29, teve sua prisão mantida em audiência de custódia nesta terça-feira (20/5), no Fórum Henoch Reis, em Manaus. A juíza acolheu o mandado de prisão preventiva expedido contra ela, em razão dos graves indícios de exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e uso de documento falso, levantados pela Operação Azoth, deflagrada na segunda-feira pelo 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

 

Sophia, que na verdade é formada em Educação Física, se apresentava como especialista em pediatria e obstetrícia, atendendo crianças com cardiopatias graves, gestantes de alto risco e pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo a Polícia Civil, ela chegou a prescrever medicamentos de tarja preta, emitir atestados falsos e lecionar em faculdades da capital amazonense.

 

Para reforçar sua credibilidade, Sophia alegava nas redes sociais ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida, e chegou a postar duas fotos forjadas: uma em que aparecia criança no colo do prefeito — mas que é, na verdade, sua filha legítima, Fernanda Aryel — e outra selfie “ao lado” dele, em local público. A prefeitura esclareceu oficialmente que não há qualquer relação de parentesco e que as imagens foram obtidas por populares que pediam fotos com o prefeito.

 

Em várias ocasiões, pacientes desconfiados do atendimento buscaram a Polícia Civil, mas Sophia reagiu abrindo boletins de ocorrência contra eles, acusando-os de difamação. A farsa só se desmoronou com a fase inicial da Operação Azoth, em que a corregedoria da PC-AM reuniu provas de atendimentos e receitas ilegais.

Detalhes da Operação Azoth

  • Prisões e buscas: na segunda (19/5), agentes do 1º DIP cumpriram mandados em academia onde Sophia treinava e em sua residência.

  • Vítimas: crianças com cardiopatias graves, gestantes de fetos de risco, pessoas com TEA.

  • Crimes investigados: exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica, uso de documento falso e, dependendo do resultado da necropsia de prontuários, lesão corporal culposa.

 

A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Saúde e o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) devem remeter o inquérito ao Ministério Público, que decidirá sobre a denúncia formal. Enquanto isso, Sophia permanece detida em cela da Polícia Civil, à espera de julgamento.

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