Thyago Jorge Machado, ex-perito criminal e irmão da ex-servidora do Judiciário Thays Machado assassinada em um caso que chocou o estado em janeiro de 2023 , voltou a ser alvo de investigação.
Ele está no centro da “Operação Mente Perita”, deflagrada nesta terça-feira (10), pela Delegacia de Sorriso, que apura possíveis fraudes em laudos técnicos utilizados em processos judiciais envolvendo disputas fundiárias.
A ligação familiar com Thays, que foi vítima de feminicídio juntamente com o namorado Willian César Moreno ambos assassinados pelo filho do ex-deputado Carlos Bezerra, reacende a atenção pública sobre Thyago, que já havia sido exonerado da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) em 2022.
A dispensa do cargo ocorreu após suspeitas de que ele teria manipulado um laudo sobre o atropelamento fatal do verdureiro Francisco Lúcio Maia, ocorrido em 2018.
A autoria do acidente foi atribuída à médica Letícia Bortolini, e o documento técnico apresentado por Thyago foi acusado de ser plágio de um relatório datado de 2014. À época, o ex-perito estava afastado formalmente da função pública, mas ainda exercia atividades privadas no setor pericial.
Apesar de a exoneração não ter sido oficialmente motivada pela fraude, o motivo formal foi o exercício de atividade profissional remunerada enquanto recebia salário da Politec, que chegava a aproximadamente R$ 25 mil por mês.
Agora, com novos mandados de busca e apreensão cumpridos, Thyago é investigado por supostamente ter repetido práticas semelhantes em um processo cível. A suspeita é de que ele tenha atuado de forma indevida para beneficiar uma das partes interessadas na disputa judicial envolvendo propriedades rurais.
A repercussão do caso volta a colocar em evidência não apenas o histórico do ex-perito, mas também o contexto familiar delicado, marcado por um crime de grande comoção e investigações paralelas que expõem falhas na fiscalização de condutas de ex-agentes públicos.