O Tribunal de Justiça de Mato Grosso marcou para o dia 7 de agosto o julgamento do pedreiro Gilberto Rodrigues dos Anjos, responsável pela chacina que tirou a vida de uma mãe e suas três filhas na cidade de Sorriso, a mais de 400 km da capital Cuiabá.
O julgamento acontecerá no Fórum da cidade, às 8h30 da manhã, e será conduzido por júri popular, decisão do juiz Rafael Depra Panichella, da 1ª Vara Criminal local.
Gilberto está preso na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, desde a manhã do dia 27 de novembro de 2023, quando foi capturado em flagrante após confessar o crime.
As vítimas Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e suas filhas Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10) foram assassinadas de forma brutal dentro da própria casa, no bairro Florais da Mata.
Antes dos homicídios, Cleci e as duas filhas mais velhas também foram vítimas de estupro. O criminoso vigiava a rotina da família por trabalhar próximo à residência.
Gilberto responde a quatro acusações de homicídio qualificado, com agravantes que incluem meio cruel, feminicídio, impossibilidade de defesa das vítimas, e execução para assegurar outros crimes.
Além disso, os homicídios das duas meninas menores de 14 anos recebem uma qualificadora adicional conforme a Lei Henry Borel. Ele também enfrenta acusações de estupro de vulnerável e estupro contra vítimas adultas.
O histórico criminal do réu aumenta a tensão em torno do julgamento. Em maio deste ano, ele foi condenado a mais de 17 anos de prisão pelo assassinato de um jornalista em Goiás, e dois meses antes já havia sido sentenciado a 22 anos e sete meses por outros crimes violentos cometidos em Lucas do Rio Verde.
O caso causou enorme comoção social e transformou a dor da família das vítimas num símbolo de luta por justiça. Regivaldo Batista Cardoso, marido de Cleci e pai das meninas, descreveu a vida após a tragédia como uma “prisão perpétua”, clamando por uma punição à altura da crueldade praticada.
Com o júri marcado, a expectativa é de que a cidade de Sorriso pare para acompanhar um dos julgamentos mais chocantes da história recente do Estado, no qual a população espera que a justiça seja, finalmente, feita.