A Justiça de Mato Grosso condenou três pessoas por envolvimento num esquema de corrupção que permitia a entrada de celulares na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
A decisão, proferida pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal da capital, foi divulgada na manhã desta quinta-feira, 12 de junho de 2025.
De acordo com a sentença, Raihson Wagner de Oliveira Leite e Evandro Souza Medeiros foram sentenciados a mais de cinco anos de prisão. Eliane Maria da Silva recebeu uma pena de quatro anos.
Os três foram considerados culpados por oferecer dinheiro a agentes penitenciários para facilitar o transporte de dispositivos móveis para dentro da unidade prisional.
O caso veio à tona através de investigações conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), apoiadas por escutas telefónicas autorizadas judicialmente e vários depoimentos que revelaram o funcionamento da rede criminosa.
Segundo os autos, os celulares eram utilizados pelos reclusos para manter contacto com o exterior e coordenar crimes mesmo a partir da cela.
Evandro Medeiros, um dos condenados, já havia sido sentenciado em 2011 a 18 anos de prisão por homicídio qualificado. Conforme relatado, matou a esposa à frente dos filhos por ciúmes, após ela atender uma chamada telefónica.
O Ministério Público ainda destacou o papel de Joanísio Rosa de Morais, ex-polícia penal, como figura central da organização. Ele chegou a ser apanhado com diversos telemóveis escondidos na perna, mas conseguiu um acordo de não persecução penal e teve o processo desmembrado.
Segundo a investigação, Joanísio cobrava até 300 reais por aparelho e operava em parceria com outro cúmplice, identificado como Juarez.
O juiz ressaltou que a entrada dos dispositivos era coordenada com familiares e amigos dos reclusos, que faziam os pagamentos e entregavam os aparelhos aos agentes envolvidos. A decisão judicial é mais um capítulo no combate à corrupção dentro do sistema prisional mato-grossense.