A ex-vereadora e advogada Fabiana Nascimento (PSDB) protocolou um pedido de suspeição contra o juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior, da 34ª Zona Eleitoral de Mato Grosso, que atualmente conduz a ação eleitoral contra o prefeito reeleito de Chapada dos Guimarães, Osmar Froner (União), acusado de compra de votos nas eleições municipais de 2024.
O principal argumento de Fabiana é o vínculo da esposa do magistrado, Karina Pereira Salles de Abreu, com a gestão de Froner.
Karina ocupou um cargo comissionado na coordenação do SUS municipal entre abril de 2023 e agosto de 2024, período que abrange parte do processo eleitoral e foi nomeada diretamente pelo prefeito investigado.
Leonísio Salles assumiu o caso após o afastamento do juiz Renato José de Almeida Costa Filho, por decisão do Tribunal de Justiça do Estado no dia 26 de junho.
A ex-vereadora sustenta que, diante da nomeação da esposa do magistrado, a imparcialidade de Leonísio estaria comprometida tanto sob a ótica objetiva quanto subjetiva.
Além disso, o pedido menciona a presença do juiz em eventos públicos ao lado de Froner, como na inauguração do novo Fórum da cidade, em setembro de 2024, onde ambos constaram como anfitriões em convites oficiais.
Para a autora da ação, mesmo diante do notório saber jurídico do magistrado, a relação com o gestor municipal pode comprometer sua isenção no julgamento do caso.
Fabiana, que também foi candidata a prefeita nas últimas eleições, acusa Froner, seu vice, Carlos Eduardo de Lima Oliveira (PSD), e o vereador eleito Gilberto Schwarz de Mello (PL) de práticas ilícitas para influenciar o pleito. Segundo a denúncia, o grupo teria oferecido R$ 1.000 em dinheiro a famílias da cidade em troca de votos.
Os valores seriam entregues em espécie por Guilherme Henrique de Oliveira Costa, diretor do SAAE, apontado como o responsável pela operação clandestina.
O processo já teve o sigilo bancário e telefônico de Guilherme quebrado por ordem judicial. Em resposta preliminar, os acusados alegaram irregularidades na tramitação e apontaram suposta inversão de fases processuais.
A defesa de Fabiana pede que outro magistrado assuma o caso, alegando que o afastamento de Leonísio Salles é necessário para assegurar a lisura do julgamento.