O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tomou uma decisão drástica ao afastar dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) em meio a um escândalo que envolve conversas e transferências financeiras suspeitas.
As investigações foram desencadeadas após a descoberta de informações contidas no celular de Roberto Zampieri, advogado assassinado em dezembro de 2023, que indicam a venda de sentenças judiciais em troca de vantagens.
De acordo com o ministro corregedor do CNJ, Luis Felipe Salomão, os desembargadores João Ferreira Filho e Sebastião de Moraes Filho estão no centro da investigação, que revelou uma extensa rede de comunicação entre Zampieri e um empresário de Primavera do Leste, Andreson de Oliveira Gonçalves.
Curiosamente, Gonçalves é casado com a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves, que defendeu magistrados envolvidos na polêmica "Escândalo da Maçonaria", um caso que apurou denúncias de corrupção dentro do TJMT.
As evidências são alarmantes: foram identificadas cerca de 9 mil ligações entre Zampieri e Gonçalves, além de 5 mil ligações entre o advogado e um dos desembargadores afastados.
Mensagens trocadas entre eles discutiam recursos que teriam sido aceitos pelo TJMT, e foram encontrados comprovantes de transferências bancárias e até minutas de decisões judiciais, indicando uma possível negociação de sentenças.
O assassinato de Roberto Zampieri ocorreu em 5 de dezembro de 2023, quando ele foi abordado e atingido por tiros enquanto estava em seu veículo.
O criminoso, Antônio Gomes da Silva, foi preso em Minas Gerais, assim como outros envolvidos no crime, incluindo um instrutor de tiro e um coronel do Exército, que teriam financiado o assassinato.
As investigações apontam que a motivação do homicídio está ligada a uma disputa por uma fazenda avaliada em R$ 100 milhões.
As revelações provocam um impacto profundo na confiança do sistema judiciário em Mato Grosso, levantando questões sobre a integridade dos magistrados e a necessidade de uma investigação mais abrangente para esclarecer as conexões entre advogados e a justiça.
O CNJ continua a análise dos dados encontrados no celular de Zampieri.
ALAN 14/08/2024
E no fim as vítimas não eram tão vítimas assim, apenas arcaram com o resultado de suas ações... Por isso a OAB, família e até um governador ai pularam alto com a retenção de dados pelo CNJ... Se a investigação for séria será um pesadelo no judiciário de MT, anotem!
Luiz Alfredo 11/08/2024
Esperamos sue as investigações sejam amplas e abarquem todas as denúncias de venda de sentença e o envolvimento de advogados.
Jaenara dos Reis Santos 10/08/2024
Lamentável essa situação a meio tantos obces!!!
3 comentários