menu
25 de Julho de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
25 de Julho de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

ECONOMIA Quarta-feira, 23 de Julho de 2025, 09:00 - A | A

Quarta-feira, 23 de Julho de 2025, 09h:00 - A | A

IMPACTO

Tarifa de 50% dos EUA pode tirar até R$ 175 bilhões da economia brasileira e cortar 1,3 milhão de empregos

FIEMG defende diplomacia para evitar impacto sobre PIB, inflação e exportações; setores como agronegócio e siderurgia estão entre os mais ameaçados

Da Redação

 

 

A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo governo dos Estados Unidos e prevista para entrar em vigor no próximo dia 1º de agosto, pode causar prejuízos bilionários à economia nacional. De acordo com estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), o impacto pode chegar a R$ 175 bilhões, com retração de 1,49% no Produto Interno Bruto (PIB) e eliminação de mais de 1,3 milhão de empregos.

 

Caso o Brasil opte por retaliar com tarifa equivalente sobre importações americanas, o cenário se agrava: o estudo projeta queda de R$ 259 bilhões no PIB (2,21%), corte de cerca de 1,9 milhão de postos de trabalho, perda de R$ 36,18 bilhões na massa salarial e R$ 7,21 bilhões a menos em arrecadação tributária.

 

Segundo a FIEMG, os Estados Unidos são hoje o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Em 2024, o Brasil vendeu cerca de US$ 40,4 bilhões ao mercado americano, o que representa 1,8% do PIB nacional. Entre os principais produtos exportados estão combustíveis minerais, ferro e aço, máquinas e equipamentos mecânicos, aeronaves e café.

 

“Os Estados Unidos são um parceiro tradicional do Brasil. Do ponto de vista geográfico, faz todo sentido mantermos um fluxo comercial ativo e complementar. Ambos os países perdem muito com essa medida”, afirmou o presidente da FIEMG, Flávio Roscoe. Ele defende uma atuação firme do governo brasileiro, mas com foco no diálogo diplomático. “Responder com a mesma moeda pode gerar efeitos inflacionários no Brasil. O caminho mais inteligente é a diplomacia.”

 

Setores vulneráveis

Entre os segmentos mais expostos estão o agronegócio, a siderurgia e a indústria de transformação, cuja competitividade depende fortemente do mercado externo. O risco de retração ameaça cadeias produtivas inteiras, com reflexos sobre a produção, os empregos e a renda em diversas regiões do país.

 

Empresas desses setores já preveem alta nos custos, redução da competitividade e cancelamento de contratos internacionais. Para o CEO da SME The New Economy, Theo Braga, o impacto ultrapassa a simples queda nas exportações. “Retaliações comerciais podem parecer medidas firmes, mas geram mais incertezas do que resultados. A economia brasileira segue muito vulnerável a choques externos.”

 

Braga alerta ainda para a tendência de retração nos investimentos e no acesso ao crédito, já afetado pelos juros altos no país. No fim da cadeia, quem sofre é o consumidor: “A tarifa eleva o custo dos insumos e reduz a oferta de produtos. Isso pressiona a inflação e compromete o poder de compra das famílias, além de agravar o desemprego em setores com alta demanda por mão de obra.”

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 
 

Comente esta notícia