Na manhã desta quarta-feira (6), o secretário de Estado de Educação (Seduc), Alan Porto, anunciou, durante coletiva de imprensa, uma nova estratégia para reforçar a segurança no ambiente escolar, após o caso de violência extrema registrado na Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, na última segunda-feira (4). A unidade será transformada em uma escola cívico-militar, medida que tem como objetivo fortalecer o controle e a disciplina após o espancamento de uma aluna por colegas.
A agressão cometida por um grupo de alunas contra uma adolescente chamou a atenção não apenas pela violência, mas também pela revelação de uma suposta estrutura interna semelhante à de facções criminosas. De acordo com o delegado Marcos Paulo Batista, que conduz a investigação, as envolvidas faziam parte de um grupo organizado, com hierarquia definida, regras próprias e punições severas aplicadas a quem desrespeitasse as normas. No caso da jovem, ela recebeu punição após ter recusado a dar um 'geladinho' - refresquinho - a um dos colegas.
Durante a coletiva, o secretário Alan Porto destacou que o caso ultrapassou os limites da indisciplina escolar comum, apontando para a existência de uma organização estruturada entre os estudantes envolvidos. “O que encontramos vai além da indisciplina comum. Havia uma espécie de facção montada dentro da escola, com lideranças e códigos próprios, que comprometiam a segurança e o ambiente escolar”, afirmou o secretário, ressaltando a gravidade da situação enfrentada na unidade.
Diante do quadro, a Secretaria de Educação garantiu o acompanhamento psicológico das famílias e estudantes afetados, reafirmando o compromisso com a proteção dos alunos e a preservação do ambiente educativo.
"O que é importante dizer, a secretaria de educação, a partir do momento que identificou, nós tomamos todas as medidas administrativas. Nós vamos continuar com todo o acolhimento das famílias, com todo o acolhimento dos estudantes e dos profissionais da educação. Essa foi a primeira medida", declarou o secretário.
A pasta também decidiu transformar a escola em uma unidade cívico-militar, com a inclusão de policiais da reserva que atuarão diretamente no ambiente escolar. A medida tem como objetivo coibir qualquer tentativa de reorganização de grupos com características criminosas dentro da instituição. A diretora da escola manifestou apoio à mudança, que faz parte de um programa já implementado em 130 unidades no estado.
"A segunda medida, nós determinamos que aquela unidade escolar Carlos Huguney será transformada em uma unidade cívico militar. Já estamos fazendo o recrutamento dos policiais da reserva para que a gente possa atuar naquele ambiente”, disse Ala Porto.
Na terça-feira (5), a Justiça de Mato Grosso determinou a internação provisória de três adolescentes envolvidas na sessão de espancamento, com idades entre 12 e 14 anos. Elas serão encaminhadas a uma unidade socioeducativa. A quarta envolvida, de 11 anos, não poderá ser internada, conforme estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
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