O governo brasileiro usou o bom humor para responder à mais nova ofensiva comercial dos Estados Unidos. Em publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (16), o perfil oficial do Governo Federal ironizou a abertura de uma investigação americana contra o Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central. “O Pix é nosso, my friend”, diz a imagem compartilhada, acompanhada do comentário: “Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu?”
A provocação acontece depois da divulgação de um relatório do Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), que acusa o Brasil de promover práticas desleais por priorizar soluções públicas, como o Pix, em detrimento de serviços privados estrangeiros como Google Pay e Apple Pay.
Lançado em 2020, o Pix já conta com mais de 175 milhões de usuários e é responsável pela maior parte das transações financeiras no país. Só em 2024, foram movimentados R$ 26,4 trilhões. Na peça divulgada nas redes, o governo também exalta o sistema como “Seguro, Sigiloso e Sem taxas”, e reforça a ideia de autonomia nacional com a frase: “O Brasil é o quê? Soberano.”
Mais que o Pix: EUA ampliam pressão sobre o Brasil
A investigação sobre o Pix faz parte de um pacote mais amplo de medidas adotadas pelo governo Donald Trump. A partir de 1º de agosto, produtos brasileiros serão alvo de uma tarifa de 50%. No relatório, os EUA também apontam temas como desmatamento ilegal, pirataria, patentes, atuação do Judiciário nas redes sociais e favorecimento tarifário a outros países.
Entre os exemplos citados, o documento menciona a Rua 25 de Março, em São Paulo, como símbolo da pirataria, e critica decisões do Supremo Tribunal Federal que obrigam plataformas digitais a removerem conteúdos sem necessidade de ordem judicial — algo que, segundo os americanos, coloca em risco empresas dos EUA.
Resposta diplomática
Diante do aumento das tensões, o governo Lula encaminhou uma carta oficial a Washington manifestando "indignação" com a postura dos EUA e cobrando negociações. Nos bastidores, o Planalto avalia que o endurecimento de Trump tem tom eleitoral, mas já prepara estratégias para defender os interesses brasileiros caso o cerco comercial se intensifique.
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