O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, se manifestou nesta terça-feira (22) contra a concessão de anistia para os condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. A declaração ocorreu durante a leitura do voto que irá decidir se seis denunciados do núcleo 2 da trama golpista se tornarão réus. Moraes é o relator desses processos.

O ministro questionou os motivos pelos quais diversas pessoas defendem a anistia e ressaltou que não se pode esquecer da gravidade dos acontecimentos. “As pessoas de boa-fé devem refletir sobre isso. Se na minha casa, eu não admitiria que destruíssem, usassem de violência e grave ameaça para me tirar do comando da minha casa, por que eu vou admitir isso para o país?”, questionou Moraes.

Além disso, Alexandre de Moraes voltou a rebater as acusações de que atuaria de maneira simultânea como relator, vítima e juiz nos processos. Ele explicou que a denúncia relacionada ao plano "Punhal Verde Amarelo" não trata de uma tentativa de homicídio contra ele, mas sim de um atentado contra as instituições democráticas. “Aqui é atentado contra as instituições democráticas. O atentado narrado pela procuradoria, a partir das investigações da Polícia Federal, visa obstruir as investigações iniciadas há três anos”, afirmou o ministro.

Moraes também destacou que a tentativa de golpe deve ser punida, esclarecendo que os crimes não envolvem tentativa de homicídio, mas uma tentativa de abolição das instituições democráticas e de golpe de Estado. “Quem tentou dar o golpe de Estado não vai se punir?”, disse o ministro.

Os denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro são acusados dos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, além de deterioração de patrimônio tombado.

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