A tentativa do Partido dos Trabalhadores (PT) de reagir às críticas contra a primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, não surtiu o efeito desejado. Lançada com o objetivo de defender a esposa do presidente Lula após comentários negativos feitos durante um jantar oficial com o presidente da China, Xi Jinping, a campanha #EstouComJanja mostrou a dificuldade do governo em mobilizar apoio espontâneo nas redes sociais — mesmo entre seus próprios aliados.
A ação, articulada pelo núcleo de comunicação do PT e reforçada por lideranças como a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o senador Humberto Costa (PT-PE), pretendia projetar apoio à primeira-dama e reforçar sua defesa por um ambiente digital mais seguro, sobretudo para mulheres, crianças e adolescentes. No entanto, o engajamento foi pífio. No Instagram, por exemplo, a hashtag não alcançou sequer 100 publicações de apoio, e a mobilização passou despercebida nos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter).
O desempenho fraco da campanha expõe um problema recorrente enfrentado pelo governo Lula: a dificuldade de disputar narrativas em um ambiente digital polarizado, veloz e hostil. Enquanto figuras da direita, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-presidente Jair Bolsonaro, conseguem mobilizar milhões com postagens e vídeos, a esquerda segue dependente de estruturas formais e da imprensa tradicional para reagir a crises — muitas vezes, com atraso.
A falta de adesão à campanha também evidenciou o isolamento simbólico e político de Janja, mesmo no campo progressista. Embora presente em agendas oficiais e próxima do presidente, a primeira-dama ainda enfrenta resistência em setores mais tradicionais do partido e do próprio governo, que relutam em reconhecê-la como uma figura política autônoma e de projeção nacional.
Se a campanha tinha a intenção de blindar Janja das críticas e fortalecer sua imagem pública, o resultado parece ter sido o oposto: a ação discreta e a repercussão limitada reforçaram os desafios do governo para articular mobilização popular nas redes e, ao mesmo tempo, expuseram as divisões internas sobre o papel político da primeira-dama no atual governo.
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Percilio Barreto Monteiro 26/05/2025
JANJA ETERNA MULHERZINHA DE MALANDRO, LADRÃO.
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