menu
28 de Maio de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
menu
28 de Maio de 2025
facebook instagram whatsapp
lupa
fechar

POLÍTICA NACIONAL Terça-feira, 27 de Maio de 2025, 11:04 - A | A

Terça-feira, 27 de Maio de 2025, 11h:04 - A | A

ORGANIZAÇÕES TERRORISTAS

Câmara aprova urgência para projeto que equipara facções criminosas a grupos terroristas

Proposta abre caminho para enquadrar PCC e Comando Vermelho como organizações terroristas e endurece medidas penais

Da Redação

 

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (26), um regime de urgência para a tramitação de um projeto de lei que propõe ampliar o conceito legal de terrorismo no Brasil. De autoria do deputado Danilo Forte (União-CE), a proposta prevê que facções criminosas do narcotráfico que exerçam domínio territorial e controle social paralelo ao Estado sejam classificadas como organizações terroristas.

Na prática, a mudança permitiria que grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) sejam enquadrados sob a mesma legislação aplicada a terroristas, endurecendo penas e ampliando instrumentos de repressão e cooperação internacional.

“O terrorismo é motivado por xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, ou para impor domínio ou controle de área territorial, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado”, define o texto em tramitação.

Além da nova tipificação, o projeto prevê medidas como a antecipação da responsabilização criminal — permitindo a punição de atos preparatórios —, aumento de penas para crimes cometidos com uso de ferramentas cibernéticas e o bloqueio de bens e valores dos acusados, com possibilidade de colaboração de órgãos estrangeiros.

A proposta avança em meio a tensões entre o Legislativo e o governo federal. Durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, os Estados Unidos — sob o então presidente Donald Trump — formalizaram um pedido para que o Brasil classificasse PCC e CV como organizações terroristas. Na ocasião, o Ministério da Justiça alegou que as facções já são duramente combatidas pelo atual ordenamento jurídico e que qualquer mudança deveria seguir parâmetros técnicos e tratados internacionais.

No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a proposta mistura conceitos distintos — terrorismo e crime organizado — o que poderia gerar interpretações amplas, afetar direitos civis e comprometer a política nacional de segurança pública. Para os EUA, no entanto, a medida ampliaria a base legal para ações como confisco de bens em território americano e restrições financeiras a indivíduos e empresas associadas às facções brasileiras.

O texto, agora em regime de urgência, pode ser votado diretamente no plenário da Câmara sem passar por comissões, acelerando sua análise em meio ao debate sobre segurança pública e soberania jurídica.

 

> Click aqui e receba notícias em primeira mão.

 

 

Comente esta notícia