O governador Mauro Mendes (União) manifestou preocupação com a condução do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e apontou “equívocos gigantescos” na atuação do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Mendes, há excessos que colocam o Brasil em rota de crise política e institucional.
Para o governador, o ministro não deveria julgar o caso, já que participou da fase de instrução e coleta de provas, o que, segundo ele, fere o próprio entendimento do STF sobre o juiz de garantias.
“O juiz de garantia diz claramente que um juiz que faz parte do processo de instrução, do acolhimento de provas, não pode participar do julgamento”, afirmou.
Apoiadores de Bolsonaro defendem o impeachment de Moraes, alegando que ele age de forma “politicamente pragmática” e com decisões rápidas e duras antes da conclusão processual. Mendes destacou que essa visão é compartilhada por “muitos grandes juristas” e advertiu que tais condutas estariam “arrastando o Brasil para uma crise”.
O governador também mencionou o recente embate diplomático com os Estados Unidos, após o presidente Donald Trump anunciar tarifa de 50% sobre alguns produtos brasileiros.
Ao anunciar a medida, Trump criticou o Judiciário brasileiro por “interferir nas eleições, censurar vozes conservadoras e prender opositores políticos”, em referência direta ao caso Bolsonaro.
O aumento tarifário ocorreu após o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) viajar aos EUA para buscar apoio de Trump na anistia do pai. Mendes condenou, sem citar nomes, lideranças brasileiras que celebraram as sanções.
“Nenhum brasileiro de bom senso aprova que alguém defenda um tarifaço contra o nosso país. Isso pode trazer consequências gravíssimas para todos nós”, declarou.
