O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), revelou nesta quinta-feira (7) que o município está impedido de receber novas “emendas pix” devido à falta de prestação de contas de recursos enviados à Prefeitura durante a gestão do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (PL).
Segundo ele, o valor em questão ultrapassa R$ 9 milhões, e o Tribunal de Contas da União (TCU) deu prazo de até 60 dias para que a atual administração esclareça o destino do dinheiro.
Em entrevista concedida durante visita à Câmara Municipal, Brunini explicou que esteve em Brasília nesta semana em busca de alternativas para reverter o bloqueio imposto pelo Ministério da Gestão.
Ele relatou que, em 2024, Cuiabá recebeu três emendas: uma do senador Jayme Campos (União), de cerca de R$ 4 milhões; outra do deputado federal Emanuelzinho (MDB), também superior a R$ 4 milhões; e uma da então deputada federal Rosa Neide (PT), no valor de R$ 1,9 milhão, paga em 2023.
De acordo com o prefeito, os recursos foram transferidos para a “Fonte 100” a conta geral do município o que impossibilita rastrear como foram aplicados.
Esse cenário inviabilizou o recebimento de uma nova emenda de R$ 6 milhões do deputado federal José Medeiros (PL), destinada a projetos na área da saúde, que está retida por determinação do TCU.
“O TCU já pediu que o Tribunal de Contas do Estado apure como as emendas estão sendo aplicadas. O Ministério da Gestão suspendeu o recebimento de novos repasses, e essa emenda do Medeiros, que precisamos para a saúde, não está podendo ser paga”, afirmou.
Brunini disse ter acionado a Procuradoria do Município e a Controladoria para investigar o caso e já ingressou na Justiça para tentar suspender o bloqueio, obtendo prazo de 60 dias para apresentar a prestação de contas.
Sobre um possível diálogo com Emanuel Pinheiro, o prefeito descartou a ideia e insinuou que os recursos podem ter sido usados para quitar outras dívidas da antiga gestão. “A não ser que o prefeito anterior consiga justificar, a sensação que tenho é que ele pegou o dinheiro da emenda e gastou para pagar dívidas que tinha”, concluiu.