Em uma votação que evidenciou o racha entre o Palácio do Planalto e a bancada federal de Mato Grosso, o deputado Emanuel Pinheiro Neto (MDB), conhecido como Emanuelzinho, foi o único parlamentar do estado a votar a favor do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), proposto pelo Governo Federal.
A decisão do jovem deputado chamou atenção no cenário político regional, já que todos os seus colegas de bancada — Nelson Barbudo (PL), Coronel Fernanda (PL), José Medeiros (PL), Coronel Assis (União), Gisela Simona (União), Juarez Costa (MDB) e Rodrigo da Zaeli (PL) — se posicionaram contrários à proposta do Executivo.
A medida, encampada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), visa elevar a arrecadação federal por meio da ampliação da alíquota do IOF, mas tem sido duramente criticada por parlamentares que consideram a carga tributária brasileira já excessiva. Para a maioria da bancada mato-grossense, a proposta representa mais um peso injustificável no bolso do cidadão, em um momento de crise fiscal e econômica.
Na contramão, Emanuelzinho optou por seguir alinhado ao Palácio do Planalto, mesmo sob risco de desgaste com sua base eleitoral. O voto solitário fortalece a percepção de proximidade entre o deputado e o governo Lula, o que pode ter implicações políticas importantes, especialmente diante das movimentações partidárias e alianças para as eleições de 2026.
A derrota no Congresso foi interpretada como um revés significativo para o Executivo, que já estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de reverter a decisão legislativa e manter a elevação do tributo.
Enquanto isso, a posição de Emanuelzinho sinaliza uma escolha estratégica — ou um erro de cálculo político — que pode repercutir nas urnas, principalmente em um estado majoritariamente contrário às políticas fiscais do atual governo federal.