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O ex-deputado estadual Wagner Ramos e o ex-presidente da Metamat, Juliano Jorge Boraczynski, estão no centro de uma investigação conduzida pela Polícia Civil de Mato Grosso, que apura fraudes milionárias em contratos para construção de poços artesianos destinados a comunidades rurais.
A operação, batizada de “Poço Sem Fundo”, foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (8) e cumpre dezenas de mandados em três cidades do estado.
Segundo a Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), os contratos sob suspeita foram firmados entre 2020 e 2023, quando ambos ocupavam cargos de comando na estatal.
A suspeita é de que eles lideravam um esquema que burlava licitações e executava obras de forma fraudulenta ou incompleta, gerando um prejuízo estimado em pelo menos R$ 22 milhões aos cofres públicos.
Juliano Jorge, demitido da presidência da Metamat em 2024 e atualmente com cargo na Assembleia Legislativa, é irmão do ex-parlamentar Romaldo Júnior, falecido no ano passado.
Já Wagner Ramos, que dirige atualmente o setor administrativo da companhia, tem histórico como jornalista e exerceu mandato parlamentar entre 2006 e 2010.
Outro alvo da operação é Francisco Holanildo Silva Lima, diretor-técnico da Metamat e ex-superintendente da Funasa em Mato Grosso.
De acordo com auditorias da Controladoria Geral do Estado, a execução dos contratos incluía poços perfurados em locais irregulares, como propriedades privadas e garimpos, e até construções inexistentes.
A Justiça autorizou o bloqueio de bens e contas dos investigados, o sequestro de 49 imóveis e 79 veículos, além do afastamento imediato de funções públicas.
Os envolvidos estão proibidos de se comunicar entre si, de acessar prédios da Metamat e da Sedec, e tiveram seus passaportes recolhidos. O Estado também está impedido de realizar pagamentos ou firmar novos contratos com as empresas investigadas.
A operação continua em andamento e pode resultar em novas fases conforme o avanço das investigações e auditorias. A Metamat, por sua vez, está em processo de extinção desde o ano passado por decisão do governo estadual.