A Operação Perfídia, deflagrada nesta terça-feira (29) pela Polícia Civil, lançou luz sobre um esquema de corrupção envolvendo a empresa HB20 Construções, responsável pelas obras da Contorno Leste em Cuiabá.
Além dos vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), que já haviam sido citados, os holofotes agora se voltam para outros três nomes centrais na investigação: o empresário José Márcio da Silva Cunha e os funcionários da construtora Glaudecir Duarte Preza e Jean Martins e Silva Nunes.
Segundo as apurações, o trio estaria diretamente ligado ao pagamento de propinas exigidas por parlamentares para garantir a liberação de verbas públicas relativas às obras de infraestrutura da avenida.
A empreiteira HB20 Construções, contratada para executar a duplicação de pistas, ciclovias e instalação de meio-fio, teria recebido valores provenientes de um empréstimo de R$ 125 milhões autorizado pela gestão do então prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) junto à Caixa Econômica Federal.
As investigações tiveram início após uma denúncia feita em 2024 por Abilio Brunini, então deputado federal e atual prefeito de Cuiabá.
O relato dava conta de exigências financeiras feitas por vereadores a um representante da HB20, em troca de apoio à aprovação de uma matéria legislativa fundamental para o pagamento dos débitos da prefeitura com a construtora.
Conforme as diligências conduzidas pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor), parte do dinheiro foi transferida para uma conta indicada por um dos vereadores, enquanto outra parcela teria sido entregue em espécie, dentro da própria Câmara Municipal. As tratativas ilícitas, segundo a investigação, ocorreram dentro do gabinete parlamentar.
A juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquérito Policial (NIPO), autorizou a execução de 27 mandados de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos cinco envolvidos.
Todos estão proibidos de manter contato com os demais investigados, frequentar a Câmara e os canteiros de obras, além de serem obrigados a comparecer periodicamente em juízo e entregar seus passaportes.
O inquérito, que corre sob sigilo, ainda não teve outros detalhes revelados. A apreensão de aparelhos eletrônicos e a análise de imagens de segurança devem aprofundar os rumos das investigações nos próximos dias.